País registra a pior cobertura vacinal desde 2013
Mesmo com o anseio por uma nova vacina contra a Covid-19, as já existentes registraram índices alarmantes de cobertura
Jyeniffer Taveira
De
acordo com os dados do Programa Nacional de Imunização (PNI), sete das nove
vacinas principais tiveram o pior índice de cobertura registrado desde 2013, os
dados são referentes a 2019. Vacinas como a BCG, responsável pela imunização
contra a tuberculose, e poliomielite registraram o menor percentual de
vacinação de crianças em mais de 20 anos.
O
cenário nacional é semelhante ao regional, de acordo com a gerente de
imunização municipal, Polyana Braga, de um ano e meio para cá houve queda de 2%
da cobertura vacinal, o número pode parecer tímido, mas a diminuição já vem
sendo observada por pelo menos cinco anos.
De
acordo com Polyana existem diversas causas para a cobertura insuficiente, uma
delas é a baixa percepção de risco por parte da população. Ela cita o sarampo
como exemplo, “Goiás estava sem registro de sarampo por muitos anos, mas a população
mais jovem que não acompanhou as campanhas sequenciais, muitas vezes nem conhece
a doença”, ainda de acordo com ela o “esquecimento” induz a não procura da
imunização. É importante ressaltar que são as vacinas que mantém diversas
doenças controladas ou até mesmo erradicadas.
O
não abastecimento, movimentos antivacina e até a pandemia podem ser fatores que
também influenciam os baixos números. Neste período a procura por postos foi
dificultada, mas a atual situação deve servir de exemplo para que as
imunizações já existentes não sejam colocadas de lado. De acordo com
estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação evita pelo menos
quatro mortes por minuto e gera uma economia de R$ 250 milhões por dia.