Governo investiga empresa de segurança que atua no Carrefour
Empresa terceirizada responsável vigilância da unidade em Porto Alegre tem como sócio um policial militar de São Paulo | Foto: Reprodução
A
Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que iniciou na
tarde do sábado (21) uma “apuração rigorosa” no quadro societário e
de funcionários da empresa Vector Segurança Patrimonial, empresa terceirizada
responsável vigilância da unidade do Carrefour, em Porto Alegre, onde ocorreu o
espancamento e morte de João Alberto Silveira Freitas, cidadão negro, de 40
anos de idade, na noite do dia 19 de novembro.
A apuração
vai verificar infrações à Lei nº 10.261 (Estatuto do funcionalismo público do
Estado de São Paulo) e à Lei Complementar nº 893 (Regulamento Disciplinar da
Polícia Militar). O regulamento disciplinar define como transgressão
disciplinar grave “exercer, o militar do Estado em serviço ativo, o comércio ou
tomar parte na administração ou gerência de sociedade comercial com fins
lucrativos ou dela ser sócio, exceto como acionista, cotista ou comanditário”.
Segundo
pesquisa na Junta Comercial de São Paulo, a cabo da Polícia Militar de São
Paulo Simone Aparecida Tognini aparece na ficha cadastral da empresa como
sócio-administrador da empresa Vector Segurança Patrimonial.
“Todos os
casos que forem constatados terão a abertura imediata de procedimentos
administrativos”, diz a nota da SSP-SP
Outro lado
A Agência
Brasil entrou em contato com a empresa Vector Segurança Patrimonial para
comentar sobre a apuração da SSP, mas até o momento não teve retorno.
No site da
empresa, o grupo informa, em nota, que lamenta profundamente os fatos ocorridos
no Carrefour de Porto Alegre. “O Grupo Vector lamenta profundamente os fatos
ocorridos na noite de 19/11/2020, no Carrefour de Porto Alegre, se sensibiliza
com os familiares da vítima e não tolera nenhum tipo de violência,
especialmente aquelas decorrentes de intolerância e discriminação.
Comunica
que rescindiu por justa causa os contratos de trabalho dos colaboradores
envolvidos na ocorrência. ”Não obstante, a empresa tomará as medidas cabíveis,
estando à disposição das autoridades e colaborando com as investigações para
apuração da verdade”, diz a nota.
A empresa
esclareceu, ainda, que não atuava na área de vigilância do supermercado, mas
sim na fiscalização de prevenção e perdas.
A nota diz,
por fim, que o “Grupo Vector, fundado em 1993 e com cerca de 2.000
funcionários, submete seus colaboradores a treinamento adequado inerente às
suas atividades, especialmente quanto à prática do respeito às diversidades,
dignidade humana, garantias legais, liberdade de pensamento, bem como à
diversidade racial e étnica”. (ABr)