MP denuncia suspeitos de integrar organização criminosa que fraudava licitações
Grupo formado por mesma família mantinha diversas empresas para simular competição em procedimentos licitatórios – Foto: Reprodução
Luan Monteiro
O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou na última
sexta-feira (11), um grupo de 21 pessoas suspeitas de integrar uma organização
criminosa especializada em fraudar licitações e lavagem de dinheiro. As denuncias
são resultado da Operação Grande Famiglia, deflagrada em 12 de agosto deste ano.
A investigação do MP aponta que a mesma família possuía
diversas empresas, muitas delas abertas em nome de laranjas, para forjar
concorrência em disputas licitatórias na Companhia de Urbanização de Goiânia
(Comurg) e em secretarias dos municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia. O
esquema rendeu à organização contratos avaliados em mais de R$ 50 milhões.
O Gaeco aponta, na denúncia, a existência de um líder
e de quatro núcleos. “O núcleo dos laranjas, que cederam seus nomes para a
constituição de empresas destinadas a fraudar licitações e corromper servidores
públicos; o núcleo operacional, com pessoas que efetivamente organizavam as
fraudes, comparecendo aos certames; o núcleo contábil, que atuava fazendo as
jogadas entre as empresas para que uma sempre pudesse concorrer na condição de
microempresa por meio de qualificações fraudadas; e o núcleo político, que dava
sustentação para que a organização criminosa operasse nos serviços públicos por
cerca de 20 anos”, explica o promotor de Justiça Sandro Henrique Silva Halfeld
Barros.
A
investigação durou cerca de dois anos, e é baseada em documentos e
interceptações telefônicas constantes nas denúncias. Sandro Barros reforça que
a organização criminosa é constituída por empresas, que visam dar aura de
legalidade à atividade, “mas, ocultamente, seus integrantes praticam diversos
tipos de crimes.