Lugares de Goiânia para ter contato com a natureza
O Hoje mostra lugares na cidade para descansar e ficar mais próximo do verde | Foto:
Daniell Alves
Começa neste fim de semana outra série de reportagem do O Hoje, dessa vez com uma tema mais leve: lugares de Goiânia para visitar e relaxar. Esta edição irá trazer locais da cidade em que as pessoas podem ficar em contato direto com a natureza, seja em ambientes públicos ou privados. Estudos comprovam que ficar mais próximo da flora é benéfico para a saúde e pode reduzir o sentimento de tristeza ou depressão.
Entre os lugares de destaque na Capital está o hotel Cabanas Encantadas do Brejo. A proposta do local é exatamente a de proporcionar sossego e uma experiência de contato com a natureza. As pessoas que passam alguns dias no local podem respirar o ar puro da natureza. As cabanas são rodeadas de árvores e diversos pássaros passam o dia cantando.
Os hóspedes podem levar ingredientes para preparar a própria comida, o que depende da disponibilidade de vagas. O Cabana também é bastante procurado pelas pessoas para fazer ensaios de fotos. Nas redes sociais do local, há diversos registros de pessoas que passaram por lá e quiseram eternizar o momento.
O criador da pousada, João Maurício Pedroso, é um dos herdeiros da fazenda que deu vida a pousada. Segundo ele, a intenção é manter o aconchego e “simplicidade da época em que tudo era roça para nunca esquecer de como tudo começou”. Eu cresci aqui tinha cinco ou seis casas na vila pedroso. Eu moro em um lugar privilegiado”, diz. Ele conta que é muito raro sair do local para ir a shoppings e outros lugares públicos.
Atualmente, devido à pandemia, os atendimentos de hospedagens foram adiados no local. “Nesse período de restrições, estamos atendendo apenas os ensaios fotográficos, com limite de pessoas e os mini evento”, informa a administração.
Bosque dos Buritis
Para aqueles que procuram relaxar e sair do estresse do dia a dia, o Bosque dos Buritis é uma boa escolha. O Parque Urbano está localizado no Setor Oeste, em Goiânia. A reserva ambiental é o mais antigo patrimônio paisagístico da Capital. As pessoas que passam por lá podem apreciar a paisagem, fazer trilhas internas ou até mesmo se exercitar. Existem diversos tipos de plantas e árvores, como o Bambu, Bacuri, Flamboyant, Buriti, Ipê, Jambo entre outras.
O lugar foi projetado no Plano Oriental da cidade para ser uma área verde. Atualmente, possui mais de 141 mil metros quadrados, cercado por árvores, lagos, e plantas rasteiras. Também conta com três lagoas artificiais abastecidas pelo córrego Buriti e por vários canais subterrâneos. Em uma delas está o maior jato d’água da América do Sul.
No local, se encontra o Centro Livre de Artes, o Museu de Arte de Goiânia e duas obras que muito agradam o gosto dos goianienses e também dos turistas que passam por ali, que são: o Monumento à Paz Mundial, que abriga terras provenientes dos mais diversos países e uma fonte que chega a atingir 50 metros de altura, considerada a maior da América do Sul, mas que atualmente está desativada.
De acordo com a pesquisa realizada durante a elaboração do Plano de Manejo do Bosque dos Buritis, em 2005, pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), dados históricos registram que o urbanista Attílio Corrêa Lima citou na descrição do projeto: “Este Parque que denominado dos Buritis se estenderá por faixas ao longo do talvegue e medirá 50 metros para cada lado deste, no mínimo, formando o que os americanos denominam Park-Way”, afirmou ele no documento.
Paz e tranquilidade
Outra opção para quem deseja ficar mais próximo da natureza é a pousada Monjolo, que fica a 30 quilômetros de Goiânia, na Rodovia GO-433. A pousada oferece momentos de tranquilidade para os visitantes, além de uma hospedagem confortável. Durante a estadia, as pessoas podem aproveitar as diversas opções de lazer, como quadra de tênis, salão de jogos, passeio a cavalo e piscina aquecida são alguns dos programas da pousada
Porém, aqueles que preferem ficar mais sossegados, podem aproveitar os espaços com árvores para armar a rede e contemplar a natureza. Também são oferecidos serviços de hospedagem em suítes com hidromassagem ou quartos mais básicos. Já a gastronomia do local possui grande variedade saladas, pratos quentes e sobremesa. Os hóspedes podem conhecer vários pratos típicos do Cerrado.
Viver mais perto da natureza é benéfico para saúde
Estar mais perto da natureza e livre de ambientes barulhentos e estressantes faz bem para saúde, aponta estudo feito pela Universidade de Brasília (UnB), no ano passado. A pesquisa foi realizada com 30 universitários em um parque de Brasília. O coordenador da pesquisa, professor Reuber Albuquerque Brandão, doutor em Ecologia pela UnB, explicou que estudos feitos em outros países já vinham demonstrando que cenários naturais contribuem para o bem-estar cognitivo e emocional das pessoas. Mas pela primeira vez um estudo brasileiro reconheceu que a natureza presta um serviço importante para a saúde pública.
“Sabíamos que já existiam indicadores e trabalhos demonstrando essa relação benéfica em outras partes do mundo, mas não no Brasil, e queríamos testar isso aqui. O ser humano evoluiu em ambiente de savana, então é esperado que fosse mais agradável do que ambiente de florestas densas que podem causar claustrofobia. E o Cerrado é uma savana, um hotspot mundial da biodiversidade”, argumentou.
Testes
Para comprovar os benefícios, os pesquisadores da UnB levaram 30 estudantes da Universidade, escolhidos aleatoriamente, para passar 30 minutos no Parque Nacional de Brasília e depois 30 minutos caminhando no Setor Comercial Sul em dias alternados e sem aviso prévio. “Antes das caminhadas nos dois ambientes (urbano e natural) a gente aplicou testes para medir o estado dos estudantes e depois fizemos a comparação para saber se aconteceu alguma mudança”, complementou.
Para fazer o estudo, foram utilizadas ferramentas da psicologia como testes de autoavaliação de felicidade, no qual participantes informam suas emoções seguindo uma escala, de foco e atenção, para medir a capacidade de concentração, e outro para causar cansaço mental nos voluntários, com o intuito de verificar a capacidade de restauração após os passeios.
Reuber relatou, ainda, que é fato que quanto mais oportunidade de natureza na vida das pessoas, menores serão os eventos de depressão e tristeza. Isso sem falar nas questões imunológicas. “Desenvolvemos vários tipos de defesas estando no mato, brincando com terra, plantas e bichos. A natureza sempre fez parte da nossa história como espécie e essa nossa vida moderna e civilizada está cada vez mais cortando esse contato e não sabemos qual será o impacto disso”, concluiu. (Especial para O Hoje)