No pico da pandemia, Goiás tem 17 regiões em situação de calamidade
Após um ano do registro do primeiro caso de Covid-19, Goiás vive o pior momento da pandemia | Foto: Reprodução
Maiara Dal Bosco
Hospitais lotados, fila de espera, mais de 430 mil infectados e 9.472 óbitos. Este é o cenário de Goiás na semana em que o Estado completa um ano do registro do primeiro caso de Covid-19 em território goiano, em março de 2020. Vivendo o pior momento da pandemia até aqui, Goiás tem dezessete das dezoito Regiões de Saúde em que o Estado foi estratificado estão em situação de Calamidade em mapa divulgado ontem (12) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Na semana anterior, eram dezesseis. Agora somente a Região Nordeste II, que compreende municípios como Nova Roma e Posse, está em situação Crítica – um patamar antes do estado de calamidade.
Também na tarde de ontem (12), Goiás registrou 137 óbitos por Covid-19 – o terceiro maior número diário de mortes e bateu novo recorde na média móvel de óbitos nos últimos sete dias. Outros 233 óbitos suspeitos de terem relação com a Covid-19 estão sendo investigados. A taxa de letalidade da doença chegou a 2,2%, índice maior do que o que vinha sendo registrado nas últimas semanas, e taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) destinadas à Covid-19 chegaram a 100% nos hospitais sob gestão estadual ao longo da semana. Na tarde desta sexta-feira, a ocupação era de 96%, o que representava somente 20 leitos disponíveis.
Segundo a Superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, os decretos não diminuíram a mobilidade das pessoas, como era previsto. “A gente fazendo uma análise da situação pós-decretos, não só em Goiânia mas no Estado como um todo e quando a gente avalia as taxas de isolamento, no geral não vemos impacto na diminuição na mobilidade das pessoas, mesmo com o comércio fechado, a mobilidade continua, infelizmente não teve o impacto esperado.”, afirmou, em entrevista a uma televisão da Capital.
Flúvia Amorim ressaltou que só há duas formas de controlar uma epidemia. “A melhor delas é a vacina, que está disponível mas não na quantidade suficiente para termos o impacto esperado na redução de casos, principalmente nos de pessoas internadas e mortes. A segunda e única que nós temos é o isolamento. Não temos outra alternativa, se não utilizarmos nenhuma dessas, vamos ter que arcar com um número cada vez mais crescente de óbitos e pessoas sendo intubadas. Hoje, eu acho difícil um goiano que não conheça alguém próximo ou que foi intubado ou que foi a óbito. As consequências já estão acontecendo e continuarão acontecendo nas próximas semanas, infelizmente.”, alertou.
Vacinação
Segundo dados preliminares da SES-GO, 279.056 pessoas já receberam a primeira dose da vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 75.867 pessoas. Esses dados são preliminares. Com relação ao recebimento e distribuição de vacinas, Goiás já recebeu 584.280 doses, sendo 465.280 da CoronaVac e 119.000 da AstraZeneca. Destas, foram distribuídas 495.660 doses, sendo 376.660 da CoronaVac e 119.000 da AstraZeneca.
Na próxima segunda (15) e terça-feira (16), dando continuidade ao Plano Municipal de Vacinação contra Covid-19, Goiânia ampliará a faixa etária e aplicará as doses da vacina em idosos a partir de 75 anos. A vacinação será por ordem alfabética, sendo que na segunda-feira serão atendidos idosos com nomes que começam com as letras de A a J e na terça-feira de K a Z.
Serão disponibilizados nove postos de vacinação, seis fixos em escolas e três drives-thru que funcionarão na Área I da PUC Goiás e nos shoppings Cerrado e Passeios das Águas. O horário será das 8h às 17h. São esperadas cerca de 7,4 mil pessoas nesta etapa. Nesses dois dias também será disponibilizada a segunda dose para idosos com 85 anos ou mais que, por algum motivo, ainda não conseguiram se vacinar. (Especial para O Hoje)