Presidente da Tanzânia morreu de covid-19 – Afirma opositor
Foi divulgado oficialmente que Magufuli morreu aos 61 anos por problemas cardíacos, mas seu rival, Tindu Lissu, diz que não é esta a verdadeira causa
Pedro Jordan
Foi anunciada oficialmente ontem a morte de John Magufuli, presidente da Tanzânia, que estava internado em um hospital no Quênia. Ele não fazia aparições públicas desde o dia 27 de fevereiro. Seu principal opositor no país, Tindu Lissu, que está exilado na Belgica afirma que, a real causa da morte do governante foi o Covid-19, e não problemas cardíacos como divulgado oficialmente.
Lissu reforça que como Magufuli tinha um discurso totalmente negacionista quanto a doença, não poderia deixar vazar que a contraiu, e consequentemente que ela trouxe o falecimento do mesmo. “Isto é justiça poética. O presidente Magufuli desafiou o mundo na luta contra o corona. Desafiou a ciência”, afirmou o opositor em entrevista a um canal de TV do Quênia. “Ele se negou a adotar as precauções básicas que são recomendadas às pessoas de todo o mundo”.
O rival do finado comandante perdeu as eleições realizadas no país em outubro do ano passado, e já afirmava anteriormente que o presidente estava internado em estado grave em Nairobe, capital do país vizinho. Tindu comenta que o ex Líder da nação sempre minimizou a pandemia, tendo chegado a declarar a Tanzânia como livre do Covid-19.
Quem assume o governo do país localizado no leste da Africa é a vice-presidente Samia Suluhu Hassan.
Negacionismo
John Magufuli era bastante polêmico em suas declarações, chegou ao poder no país africano com o discurso de acabar com a corrupção, sendo eleito em 2015 e releito no ano passado. Com a chegada do novo Coronavírus, a posição do comandante sempre foi negacionista, onde ele afirmava que a doença era um demonio ocidental, e que orações iriam salvar a nação e seu povo do vírus. “O coronavírus, que é um demônio, não pode sobreviver no corpo de Cristo. Ele queimará instantaneamente”, afirmou Magufuli ao convocar as pessoas a irem às igrejas e mesquitas para orar.
O presidente defendia fórmulas sem nenhuma comprovação científica para enfrentar a enfermidade, onde chegou a recomentar chá de gengibre, cebola e pimenta.