Casal aproveita pandemia para criar empresa de EPIs
Ambos cansados com suas antigas ocupações viram na crise sanitária uma oportunidade de empreender e melhorar de situação | Foto: Divulgação
Já faz mais de um ano que o
Brasil vive o momento da pandemia, com diversas restrições, mortes, desemprego,
dentre outros fatores negativos que assolam o nosso país, mas em meio a tanta
tragédia, um casal viu uma oportunidade de reverter o cenário negativo
econômico e começar a empreender no ramo de insumos como equipamentos de
proteção individual, medicamentos, e outros mais que contribuem na prevenção de
contaminação por Covid-19.
Lincoln Freire atuava até
então como cabeleireiro e também como músico, tinha um salão, onde também
comercializava produtos de beleza, principalmente voltado ao público feminino.
Ele cita que antes da crise pensava em mudar de rumo, pois segundo ele, o ramo
da beleza apesar de atrativo, já não o estimulava mais.
Já sobre a música, o mesmo
ressalta que não tem sido um mercado rentável há tempos, e com a paralisação de
eventos e shows, se tornou completamente inviável. “Hoje mal uso a música como
hobby, já cantei muito na noite, até participei do programa do Faustão há
muitos anos, porém, é muito cansativo e não trás rendimentos estáveis”,
desabafa.
Já sua esposa, Amanda
Lessa, atuava como representante de uma empresa farmacêutica, onde conseguia
boas remunerações, mas se via desestimulada pela limitação da cadeia de
crescimento profissional, ela queria alçar vôos mais altos, mas para isso,
precisava arriscar-se e começar a empreender por ela mesma. “Os representantes
comerciais cada vez tem menos poder e os donos mais, isso acaba desmotivando a
gente a trabalhar e vestir a camisa de uma empresa”, comenta.
Gatilho
Com o começo da pandemia
causada pelo novo Coronavírus, o casal viu uma oportunidade de começar a
própria empresa, que no começo focou em vendas de atacado e varejo de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras descartáveis, luvas,
álcool em gel, face shield, dentre outros, e testes rápidos de detecção do
Covid-19.
Lincoln comenta que no
começo procurou fornecedores e também entrava em contato com prefeituras para
vender os testes. “No início eram poucos fornecedores, fizemos um teste para
entender a dinâmica, mas tivemos resultados, ainda que tímidos, então
resolvemos arriscar de vez, pois percebemos que a pandemia iria demorar, então
definimos que trabalharíamos nessa linha de frente”, comenta.
Boom
Passamos a dedicar nossos
esforços em conseguir novos fornecedores e novos clientes, daí surgiu na época
a questão da Ivermectina ser adotada por alguns como método de tratamento. “Ela
foi uma febre no país e no mundo, tínhamos um fornecedor dela com tudo regularizado,
intermediamos a venda final, e daí que tivemos um boom, vendemos para diversos
estados do país, em junho tivemos o faturamento de 1 milhão de reais, nosso
lucro final ficava em torno de 7%, que já foi uma renda considerável tendo em
vista o tempo de atuação no mercado da nossa empresa”, reforça.
Após esse crescimento que
Amanda saiu de vez da empresa em que era representante para se dedicar 100%, e
em julho de fato a empresa ficou oficializada com identidade visual e razão
social, o nome é Conexão Hospfarma.
Estabilização
A empresa é focada no
mercado de EPIs, e busca sempre se atualizar com os novos produtos e métodos de
trabalho que tem surgido, e até os erros cometidos ajudam a crescer, Lincoln
ressalta que a autocrítica e experiência têm sido fundamentais para conseguir
crescer, e mesmo com a comprovação da não eficácia da Ivermectina, que por
conseqüência tirou ela do páreo, a empresa conseguiu se estabelecer e continuar
a se fortalecer.
Projeção de Futuro
Atualmente a empresa vende
para clientes finais, mas já está legalizada para vender para hospitais,
empresas e principalmente farmácias. “Nosso foco principal é nos organizarmos e
crescermos para poder atender a demandas maiores, poder levar a diversos
estabelecimentos os nossos produtos”, comenta.
A Conexão Hospfarma ainda
conta com estoque pequeno, e seu faturamento gira entorno da saída rápida, com
reposição a cada 15 dias em média. Com a alta dos casos de Corona vírus,
acontece de alguns dos produtos ficar em falta em certos momentos, por conta disso,
o casal de empresários buscam aumentar o galpão da empresa para poder ampliar a
capacidade de armazenamento, e assim poder crescer suas atividades e lucros.
Mercado de EPIs
A Associação Nacional da Indústria da Matéria de
Segurança e Proteção ao Trabalho (ANIMASEG) fez um levantamento comparando o
crescimento do mercado de EPIs comparando os anos de 2019 e 2020. Segundo o
mesmo, a curva de crescimento teve um aumento de 20% em reais e 10% em dólares,
e o volume do mercado foi de R$ 10,3 bilhões e US$ 2,6 bilhões.