CPI da Covid dá andamento aos depoimentos e foca em esclarecimentos relacionados às vacinas
Após ouvir os ex-ministros da Saúde, a comissão agora volta a atenção aos nomes envolvidos nas negociações referentes aos imunizantes
Giovana Andrade (especial para O Hoje)
Na segunda semana de depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a expectativa é de esclarecimentos a respeito das vacinas. O objetivo é explicar como foi a negociação para a compra de imunizantes, em especial o da Pfizer, e a falta de contratos fechados pelo governo Bolsonaro para a obtenção de vacinas.
Serão ouvidos Antônio Barra Torres (presidente da Anvisa), na terça-feira (11/5), Fábio Wajngarten (ex-secretário de comunicação da presidência da República), na quarta-feira (12), e os dois últimos presidentes da Pfizer no Brasil, Marta Díez e Carlos Murillo, na quinta-feira (13).
Já prestaram depoimentos Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta, ex-ministros da Saúde, bem como o atual ministro, Marcelo Queiroga. O general Eduardo Pazuello, por sua vez, teve sua convocação adiada e, segundo relatos, está nervoso com o depoimento, que pode agravar as investigações contra ele.
Um dos pontos mais polêmicos revelados nos depoimentos até o momento foi relatado por Mandetta. Segundo o ex-ministro, Bolsonaro tentou mudar a bula da cloroquina para que o medicamento fosse recomendado contra a Covid, apesar de ser cientificamente comprovado ineficaz contra a doença.
Outro escândalo revelado pela comissão foi a informação de que o governo Bolsonaro recusou pelo menos onze ofertas para compra de vacinas. O número se refere aos episódios em que há comprovação documental de que o governo recusou ou ignorou as propostas.
Até agora, a investigação expõe a postura negacionista do Governo Federal no tratamento da doença que já matou mais de 400 mil brasileiros. Como apontam os depoimentos de Mandetta e Teich, Bolsonaro recusava constantemente a adoção de medidas comprovadamente eficazes, a exemplo do distanciamento social.