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sábado, 23 de novembro de 2024
Eixo Anhanguera

Justiça manda suspender greve dos motoristas de ônibus

Paralisação aumentou aglomerações nos terminais | Foto: Reprodução

Postado em 12 de maio de 2021 por Daniell Alves
Justiça manda suspender greve dos motoristas de ônibus
Paralisação aumentou aglomerações nos terminais | Foto: Reprodução

Com a greve no transporte coletivo, somente 10% da frota da Metrobus, que realiza o serviço no Eixo Anhanguera, operou ontem (11) na Capital, de acordo com o RedeMob Consórcio. Mesmo após liminar da Justiça do Trabalho suspender a greve dos motoristas. A decisão foi dada pelo desembargador Mário Sérgio Botazzo, do Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT), a pedido do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET).

Conforme apurado pela reportagem, na manhã de ontem, os terminais de Goiânia registraram bastante movimento e aglomerações. Segundo os usuários do transporte, os poucos ônibus que estavam circulando do Eixo eram escoltados pela Polícia Militar.

De acordo com o Sindcoletivo, que representa os trabalhadores da categoria, entre as reivindicações estão a vacinação contra Covid-19 e o reajuste salarial. Eles relatam que muitos colegas já foram contaminados pelo coronavírus e alguns até morreram em decorrência da doença. O grupo argumenta que fica muito exposto devido ao trabalho que desempenham.

Outra paralisação semelhante também aconteceu no início do último mês, quando os motoristas cruzaram os braços para serem incluídos nos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19. Eles se reuniram em frente a garagem da Metrobus por horas com este pedido.

Contudo, para a inclusão no cronograma de imunização, é necessário que o Ministério da Saúde (MS) autorize após pedido feito pelo Estado. A inclusão aconteceu com os profissionais da área de segurança, que por um período foram vacinados, mas a medida foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Sem acordo

Na segunda-feira (10), representantes do SET se reuniram com membros do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindcoletivo), que representa os motoristas. Porém, o encontro terminou sem um acordo entre as partes.

Depois da reunião, os motoristas chegaram a ameaçar nem mesmo ligar os ônibus. O TRT definiu a medida dos motoristas como abusiva. “Desembargador entendeu a abusividade do exercício do direito de greve dos trabalhadores e deferiu o pedido determinando que o sindicato dos trabalhadores suspenda a paralisação. A decisão ainda determina multa diária de R$ 10 mil ao Sindcoletivo, em caso de descumprimento”, informou o SET.

De acordo com o sindicato empresarial, agentes da Polícia Militar se manterão nas garagens dando apoio à decisão, garantindo a operação das concessionárias e a segurança dos motoristas.

Data-base

Além disso, os motoristas afirmam que ainda não foram procurados para negociar a data-base, que deveria ter acontecido no mês de março. Somente a Metrobus teria apresentado uma proposta que não agradou totalmente os profissionais da estatal.

Um motorista, que prefere não se identificar, diz a proposta da empresa estatal se aproveita de negociações que não deveriam ser postas à mesa. “A Metrobus propõe devolver os 3% de anuênio que era da proposta do ano passado, não poderia ser objeto de negociação e eles subtraíram em março. Eles estão usando isso para negociação”, frisa.

Embarque prioritário

Em dois meses de funcionamento, o embarque prioritário no transporte público de Goiânia não resolveu o problema das aglomerações dentro dos ônibus e terminais. Os ônibus têm circulado com usuários acima da capacidade permitida pelo decreto, que é de 50% com todos os passageiros sentados. O especialista em Trânsito, Marcos Rothen, afirma que, a cada dia, os problemas no transporte se agravam.

São verificadas superlotações nos principais terminais de Goiânia em horários de pico, a exemplo do Terminal Praça A, Terminal Vera Cruz e do Recanto do Bosque. Atualmente, de acordo com a Companhia Metropolitana de Transporte Público (CMTC), cerca de 100 mil pessoas estão cadastradas no embarque prioritário.

O presidente da CMTC, Domingos Sávio Afonso, explica que o que tem ocorrido nos terminais e ônibus está permitido de acordo com o decreto. “Podemos transportar os passageiros com 50% da capacidade do veículo. Nós estabelecemos que 85 pessoas é a quantidade máxima. Pelo decreto é possível ter 32 pessoas sentadas e 12 pessoas em pé”, diz. Contudo, o decreto estabelece que “o transporte de passageiros, público ou privado, urbano e rural” não deve exceder 50% e não deve exceder a capacidade de passageiros sentados. (Especial para O Hoje)

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