Deputados goianos comentam sobre PEC do voto impresso, instaurada nesta semana
Sendo uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro, voto impresso será avaliado por comissão especial da Câmara dos Deputados,
Nesta quinta-feira (13/05), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), instaurou uma comissão especial para avaliar a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) do voto impresso, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF). O voto impresso foi uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido).
Se aprovada, a PEC obrigará urnas eletrônicas a imprimirem cédulas de papel no ato do voto, o que divide opiniões.
Para o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), a aprovação da PEC é essencial para que se tenha certeza de que os votos sejam confiáveis. “A PEC do voto impresso é importantíssima que seja aprovada. O voto impresso, auditável, essa sendo a principal característica, para que possamos conferir confiança ao processo eleitoral”, explica.
“Hoje está sendo feito a eleição da mesa diretora e há acordo para que o presidente seja o [deputado] Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), e o relator Filipe Barros (PSL-PR). Essa é uma construção da liderança do PSL, junto a presidente Bia [Kicis], da CCJ, então é importantíssimo que avancemos com essa pauta para que tenhamos certeza de que o voto de cada brasileiro corresponda na urna a sua escolha”, completa.
Já o deputado Rubens Otoni (PT-GO), acredita que a pauta não tem sentido. “Esta pauta não tem nenhum sentido. Já foi julgada inconstitucional pelo STF. É só para atender e fazer um “jogo de cena” com Bolsonaro.”, diz.
“Na verdade, a proposta do voto impresso vem para jogar dúvidas sobre o voto eletrônico. Querem questionar a segurança do voto eletrônico. E já foi comprovado e aferido por todas as auditorias a sua segurança e eficiência. O voto impresso sim abriria caminho para fraude e a marcação do voto, deixando assim de ser secreto”, completa.
Inconstitucionalidade
Em setembro de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF), julgou inconstitucional a impressão do voto eletrônico em decisão unanime. O relator, ministro Gilmar Mendes, disse que mudanças nos processos eleitorais são feitas aos poucos. “Por princípio, todas as mudanças no processo eleitoral são feitas aos poucos. A implantação progressiva evita que falhas pontuais contaminem o processo, assim como previne o gasto de bilhões em tecnologias insatisfatórias. O voto em urnas eletrônicas, por exemplo, iniciou em 1996 e foi universalizado em 2002”, lembrou.
Por fim, Gilmar destacou que o custo estimado para a aquisição do módulo impresso para todas as urnas seria de quase R$ 2 bilhões, o que, a seu ver, é uma solução longe do ideal, na medida em que seria um adicional às urnas já existentes, e não um equipamento completo e integrado. “Não é possível fazer uma mudança tão abrupta no processo eleitoral, colocando em risco a segurança das eleições e gastando recursos de forma irresponsável”, afirmou.