Como o conflito Israel x Palestina começou e o que ocorre agora
Nesta semana, o mundo voltou sua atenção para o agravamento das tensões entre Israel e Palestina. A escalada iniciada no dia (07/05), já deixou mais de 100 mortos e não tem previsão de terminar. Mas como começou? A divisão de Jerusalém, em 1948, levou a um cenário em que os palestinos que viviam no Oeste e os judeus […]
Nesta semana, o mundo voltou sua atenção para o agravamento das tensões entre Israel e Palestina. A escalada iniciada no dia (07/05), já deixou mais de 100 mortos e não tem previsão de terminar. Mas como começou?
A divisão de Jerusalém, em 1948, levou a um cenário em que os palestinos que viviam no Oeste e os judeus que viviam no Leste tiveram que deixar suas casas. Hoje, muitas famílias palestinas são despejadas de suas casas sob duas leis israelenses.
A cidade velha está localizada em Jerusalém Oriental, onde alguns dos lugares religiosos mais sagrados do mundo estão localizados. Fora das muralhas da cidade velha está o bairro de Sheikh Jarrah. Em Sheikh Jarrah, seis famílias palestinas foram ameaçadas de expulsão de suas casas na última sexta-feira (07). O que gerou uma onda de protestos.
Durante uma demonstração na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, 300 palestinos ficaram feridos em uma operação policial no complexo da mesquita de al-Aqsa, um dos locais mais sagrados do Islã. À noite, militantes na Faixa de Gaza dispararam foguetes contra Jerusalém pela primeira vez em anos.
Israel realizou centenas de ataques aéreos em Gaza desde a última segunda-feira (10), e palestinos dispararam vários foguetes contra Tel Aviv, capital e segunda cidade mais populosa de Israel, e outras cidades.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que “este é apenas o começo”. “Vamos atingi-los como eles nunca sonharam ser possível”, afirmou.
Gaza é a principal cidade da Faixa de Gaza, um território palestino entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo que tem cerca de 2 milhões de habitantes e menos de 400 km².
Nesta sexta-feira (14), em comunicado, a ONU informou que 10 mil palestinos foram forçados a deixar suas casas. Ao todo, 126 palestinos morreram e 920 ficaram feridos por ataques israelenses.
Como tudo começou
Após o fim da Segunda Guerra Mundial e a criação da ONU, foi aprovada uma resolução que propunha a partilha da Palestina, a internacionalização de Jerusalém e a criação de dois Estados, um árabe e um Judeu. A proposta, porém, foi rejeitada pelos árabes.
Em maio de 1948 foi declarada a criação do Estado de Israel, englobando a Palestina. A criação do Estado judeu provocou revolta no mundo árabe, que declararam guerra ao recém-criado Estado. Israel, apoiado pelos Estados Unidos e União Soviética, derrotou a Liga Árabe e expandiu o território.
Por conta do conflito, surgiu o Nakba, que ocorreu quando mais de 700.000 árabes palestinos, cerca de metade da população árabe da Palestina antes da guerra, fugiram ou foram expulsos de suas casas durante a guerra.
Conflitos seguintes
Um dos conflitos de maior relevância do oriente médio foi a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Esse conflito armado entre Israel e uma coalizão árabe, formada por Egito, Síria e Jordânia, terminou com a vitória de Israel e, com isto, a conquista de Gaza, Monte Sinai, Golã, Cisjordânia e Jerusalém oriental.
A resposta egípcia ocorreu apenas 6 anos depois, em 1973. Os exércitos do Egito e da Síria atacaram de surpresa Israel durante a celebração do Yom Kippur (Dia do Perdão), com o objetivo de reconquistar os territórios que tinham perdido. O conflito terminou com um cessar-fogo e com o pedido da ONU para que Israel se retirasse de territórios palestinos ocupados.
Apartheid
Em abril deste ano, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) classificou como apartheid a política do governo de Israel para a população árabe do país e para os palestinos que vivem nos territórios ocupados.
A HRW justificou o uso da expressão argumentando que existe uma “política abrangente do governo israelense para manter o domínio dos judeus israelenses sobre os palestinos e graves abusos cometidos contra os palestinos que vivem em território ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”.
O diretor-executivo da HRW, Kenneth Roth, afirmou que as autoridades israelenses “cometem os crimes contra a humanidade do apartheid e da perseguição”.
O governo de Israel afirmou que o relatório é um panfleto de propaganda sem qualquer conexão com os fatos e a verdade e que foi escrito por uma organização que tem uma agenda anti-israelense.
A Human Rights Watch argumentou que, embora o termo apartheid tenha sido adotado para a situação existente na África do Sul, ele é hoje um termo jurídico universal, utilizado para a discriminação institucional particularmente grave e opressão.