Fungo perigoso: mucormicose é identificado em paciente com Covid no Hospital das Clínicas, em SP
Divulgado equivocadamente como “fungo negro”, condição causa necrose na fase e é de alta letalidade
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-USP) informou nesta quarta-feira (02/6), que está investigando um caso de mucormicose, doença conhecida como “fungo preto” em um paciente que com histórico de Covid-19. No Brasil, outros dois casos são investigados, em Santa Catarina e em Manaus. O Ministério da Saúde está acompanhando o estudo em SP.
O hospital disse que não vai divulgar detalhes sobre o caso pois, até o momento, não foi autorizado a fazer isso pelo paciente e sua família. A doença, que é rara no Brasil, necrosa os tecidos da face, atingindo nariz, olhos e podendo invadir o cérebro. “O fungo se multiplica e invade os vasos sanguíneos”, afirma o médico Marcello Mihailenko Chaves para a Folha de S. Paulo.
Os casos de fungo foram detectados em pacientes na Índia e a relação da doença com pacientes imunodeprimidos diagnosticados com a covid-19 é investigada. Especialistas acreditam que a doença pode estar infectando pacientes com sistema imunológico já enfraquecido e que comorbidades, principalmente diabete, fazem com que eles fiquem mais vulneráveis.
Conhecido popularmente como ‘fungo negro’ a doença, tornou-se uma discussão entre a comunidade do twitter. Em publicações diversos médicos questionaram sobre o termo utilizada para nomeá-la. De acordo com um professor de medicinas da USP, a nomeação da mucormicose como fungo negro, acaba contribuindo para prerrogativas racistas. Internautas questionaram a publicação por demonstrar ser altamente classista e não acessível, considerando que boa parte dos brasileiros não tem acesso a linguagem cientifica.
*Com informações da Folha de S. Paulo