Paleontólogo encontra ovos de dinossauro no interior de São Paulo
De acordo com William Nava, são cerca de 20 ovos do período cretáceo, entre 70 e 80 milhões de anos atrás.
Uma ninhada de ovos fossilizados de dinossauro e crocodilo foram encontrados em um sítio paleontológico de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. A descoberta foi anunciada nesta quinta-feira (10/06) pelo paleontólogo William Nava. De acordo com ele, são cerca de 20 ovos do período cretáceo, entre 70 e 80 milhões de anos atrás.
“É uma descoberta importante e rara, uma vez que ovos fossilizados são difíceis de preservar, devido à sua estrutura frágil”, disse ao Estadão. Ele acredita que os ovos podem ser de crocodilos que conviveram com dinossauros, além de ovos de terópodes, uma espécie bípede e carnívora. “Ainda dependemos de análise desse material em lâmina (microscópio) para confirmar, mas ovos fossilizados de dinossauros ainda não tinham sido encontrados no Estado de São Paulo”, afirmou.
O local em que foram encontrados estava sendo escavado desde 2004, nas proximidades do município. Alguns dos ovos têm entre seis e oito centímetros e foram encontrados juntos, o que caracteriza uma ninhada, e indicam poder pertencer a um crocodilomorfo, um réptil ancestral. Outros, ele acredita que se tratam oficialmente de dinossauros, pois Nava já havia descoberto outros semelhantes em Marília, no início dos anos 2000.
“Estes têm casca e formato típicos daqueles que encontramos próximo do esqueleto fóssil que foi identificado como Mariliasuchus amarali, o crocodilo de Marília. Na época, a pesquisadora Claudia Magalhães, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), identificou os ovos como sendo de crocodilo. Só que, desta vez, os ovos estavam isolados, sem a presença de ossos por perto”, confirmou.
Segundo o paleontólogo, à época em que os ovos foram postos, a região era árida e quente. “Pode ter havido um soterramento que encobriu a ninhada, mantendo os ovos intactos”, especulou. Eles foram levados para o Museu de Paleontologia de Marília, e serão posteriormente analisados na Universidade de Brasília (UnB) por uma equipe composta de especialistas como o argentino Agustin Martinelli, do Museu de Ciências Naturais de Buenos Aires, e ogo Rodrigo Santucci, da UnB e da Sociedade Brasileira de Paleontologia.