Wizard falta a depoimento e presidente de CPI pede condução coercitiva e retenção de passaporte
O empresário era um possível integrante do “gabinete paralelo”, grupo que prestava aconselhamentos ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia
Carlos Wizard, que deveria prestar depoimento à Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira (17/06), não compareceu e manteve-se nos Estados Unidos. O presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que vai pedir à Justiça a condução coercitiva do empresário e a retenção do seu passaporte.
Os parlamentares que investigam o caso consideram que o empresário era um dos integrantes do “gabinete paralelo”, grupo que prestava aconselhamentos ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia sem ter qualquer ligação oficial com o governo.
“Oficiaremos a um juiz criminal para que requisite autoridade policial apresentação da testemunha faltosa ou determinar que seja conduzido por oficial de Justiça, o qual poderá solicitar o auxílio da força pública”, disse Aziz. “Para além dessas medidas, diante da ausência do depoente, determino que seja oficiada à Justiça Federal para que o passaporte do seu Carlos Wizard seja imediatamente retido pela Polícia Federal tão logo ele ingresse em território nacional e somente seja devolvido após prestação de depoimento perante essa comissão de inquérito”.
O empresário havia requisitado que o seu depoimento fosse remoto, o que lhe foi negado. No entanto, uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso lhe permitia que permanecesse em silêncio frente às perguntas. Na quarta-feira (16), a CPI já havia aprovado a quebra dos sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário de Wizard.