Baixa produtividade do brasileiro fica evidente com pandemia, cita economista
Gargalos refletem como efeito dominó por toda a economia, inclusive no bolso dos consumidores e também na poupança
A pandemia do novo Coronavírus pegou o mundo todo de surpresa. E quando a questão é financeira, a população de países em desenvolvimento, do lado ocidental do planeta, como o Brasil, sofreu mais com o fechamento da economia. Mas por que nações lado a lado, como México e Estados Unidos, passam por situações distintas nesta crise sanitária?
O professor de economia do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Sérgio Silveira, explica que tudo tem a ver com a produtividade do trabalhador. “No Brasil, a produtividade caiu bastante a partir de 1980. Qual a base disso, possivelmente, seja a Educação. Devido à baixa produtividade, os salários são em média baixos”, aponta.
Com isso, o especialista conclui que fica difícil para a pessoa fazer, por exemplo, um fundo de reserva, poupar, porque o que ganha no mês, é usado totalmente para a manutenção da pessoa no dia a dia. O que é possível apenas para aqueles que ganham mensalmente a partir de 5 a 7 salários mínimos.
Em relação aos gastos das famílias que superam os ganhos, precisando recorrer ao crédito, Silveira destaca que o próprio Banco Central (BC) tem buscando auxiliar as pessoas. Ele salienta que a instituição disponibiliza em seus canais muitas informações voltadas para o controle e planejamento financeiro. “Mas falta interesse das pessoas”, lamenta.
Gargalos
De acordo com o presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomercio de São Paulo, José Pastore, a baixa produtividade no Brasil tem raízes distintas, dentre as quais o pouco investimento em educação profissional, principalmente entre os jovens. Infelizmente, aponta Pastore, os reflexos da baixa produtividade são sentidos em cascata por toda a economia brasileira.
Nos últimos anos, o Brasil vem despencando no ranking de competitividade mundial. Em relação à produtividade geral, o último levantamento da escola de negócios suíça IMD, divulgado em 2018, mostrou que o país ficou na 60º posição, apenas na frente de Croácia, Mongólia e Venezuela.