As buscas pelo foragido Lázaro Barbosa de Sousa chegou ao fim na manhã de ontem (28). Segundo estimativa, o Estado pode ter desembolsado somente no pagamento de horas extras dos agentes das forças policiais do Estado a quantia de R$ 2,040 milhões. O valor estimado por semana seria de R$ R$ 714 mil, o que representa um gasto aproximado de R$ 102 mil por dia.

O cálculo dos gastos foi feito tomando por base o efetivo de 200 policiais e os valores de Serviços Extraordinários AC4 aos segmentos da Segurança Pública, segundo portaria de 2019, em que os valores da hora extra variam de R$ 22,06 e R$ 24,83 na Escala Azul e R$ 30,34 e R$ 34,48, na Escala Vermelha. A média da hora extra, tomada como base para o cálculo realizado, é de R$ 27,92.

A captura seguida de morte foi possível após 20 dias de uma força-tarefa que contou com agentes das polícias Civil e Militar de Goiás e do Distrito Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DF) e Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO), acabou sendo bastante onerosa aos cofres públicos.

O anúncio foi realizado pelo Governador do Estado, em uma rede social. “Era questão de tempo até que a nossa polícia, a mais preparada do País, capturasse o assassino Lázaro Barbosa. Goiás não é Disneylândia de bandido”, disse em sua publicação.

Questionado sobre quanto a operação custou ao Estado, o Secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), Rodney Miranda, afirmou que a questão não estava sendo pensada. “Alcançamos todos os objetivos, só o fato de a gente não ter deixado ele cometer mais crimes, já é uma grande vitória e compensa todo o investimento”, afirmou.

Em entrevista coletiva, o secretário Rodney Miranda explicou como se deu o momento da captura e os que a antecederam. “Estávamos investigando, monitorando e quando ele tentou contato, chegou a ganhar a mata, os policiais viraram a noite, cercando, mas sabíamos que ele estava armado. Ele tentou fugir, no primeiro cerco. No segundo, ele acabou confrontado e veio a óbito”, afirmou.

Na primeira tentativa de abordagem, por volta de 22h, o secretário ressaltou que Lázaro tinha ganhado a mata. “Os policiais tentaram ir atrás dele e ele gritou que quem entrasse ele ia dar um tiro na cara. Na segunda-feira (28) a equipe relatou que ele fez a mesma coisa, e aí houve a reação corajosa, mas técnica dos nossos policiais”, disse Rodney.

O secretário da pasta detalhou a ação na noite de domingo (27) e na manhã de ontem (28). “Tínhamos certeza que havia uma rede que estava acompanhando e facilitando, evitando que ele fosse pego pela polícia. Nessa rede estavam constando a ex-mulher e ex-sogra, soubemos que ele possivelmente ia pra lá e montamos o cerco, no primeiro momento não deu certo e agora conseguimos o desfecho”, destacou.

Lázaro foi encontrado ainda com uma quantia significativa de dinheiro, que poderia auxiliar na fuga para outros estados. “Ele foi encontrado com R$ 4,4 mil. Esse dinheiro é mais uma prova de que ele tinha uma rede de cobertura e que esse dinheiro e mais outras pessoas envolvidas estavam tentando preparar a fuga dele do estado de Goiás ou até do Brasil”, destacou.

Segundo o secretário, o desfecho com óbito não era o que a força-tarefa desejava. “Não era o desfecho que queríamos, até para o levarmos para a Justiça. Entretanto, ele reagiu, atirou contra nossos policiais, e houve, assim, o desfecho da morte do foragido”, disse Rodney Miranda. Entretanto, de acordo com informações de um portal de notícias, o Secretário de Saúde do Município, Rui Borges, afirmou que o corpo chegou ao hospital com ao menos 38 tiros. “Quando ele chegou [ao hospital], já estava sem vida. Nós contamos 38 marcas de tiro”, informou o secretário. Apesar de o Instituto Médico Legal (IML) de Luziânia ser o mais próximo do local, Lázaro foi levado à unidade de Goiânia para necropsia.

Crimes

O fugitivo da Justiça é investigado por mais de 30 crimes, cometidos em Goiás, Bahia e Distrito Federal. Ele é suspeito da morte de quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia, no DF, e do funcionário de uma fazenda no distrito de Girassol, em Goiás. A maioria dos casos é referente a crimes de latrocínio (roubo seguido de morte). Durante a ação criminosa, Lázaro Barbosa invadiu propriedades rurais da região do Entorno, fez três pessoas reféns e baleou outras quatro, entre elas, um policial militar. O indivíduo já possui uma condenação por homicídio, no Estado da Bahia e era também procurado por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo. O corpo de Lázaro Barbosa, morto pela polícia, será enterrado ao lado do túmulo do irmão dele, em um cemitério de Edilândia, distrito de Cocalzinho de Goiás, segundo informações de familiares. (Especial para O Hoje)