Multas pagas por crimes ambientais na Amazônia caem 93% durante o governo Bolsonaro
De acordo com o estudo, o mau desempenho é explicado pela centralização de decisões e a burocratização de processos.
Uma pesquisa do Centro de Sensoriamento Remoto e do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que o pagamento de multas relacionadas a crimes ambientais na Amazônia despencou 93% durante o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com o estudo, o mau desempenho é explicado pela centralização de decisões e a burocratização de processos.
Os processos envolvendo a vegetação nos Estados da Amazônia Legal apresentaram a queda em relação aos quatro anos anteriores da pesquisa. Bolsonaro se diz contra a “indústria da multa”, e prometeu ainda em campanha diminuir o uso do recurso.
A média anual de multas pagas ao Ibama era de 688 processos entre 2014 e 2018. Sob o mistério de Ricardo Salles, ex-Meio Ambiente, o balanço passou para 74 e 13 multas pagas respectivamente, uma média de 44. Apesar da queda, os crimes relacionados ao desmatamento estão em sua maior taxa nos últimos 12 anos.
Houve recuo também no número de processos relacionados a infrações que envolvem a vegetação julgados em 1ª e 2ª instância. De 5,3 mil anuais entre 2014 e 2018, passou para somente 113 julgamentos em 2019 e 17 no ano passado.