“Não estou articulando a vice. Eu estou na vice”, diz Lincoln Tejota
Em entrevista exclusiva ao O Hoje, Lincoln alfineta as figuras políticas que buscam a vice na chapa majoritária de Caiado em 2022 e aposta que o Cidadania terá chapa completa nas eleições proporcionais
Presidente do Cidadania e vice-governador de Goiás vê com bons olhos as articulações de outros partidos para disputar a cadeira que ele ocupará até 2022. Segundo ele, esse processo de articulação é natural devido a força política que o governador Ronaldo Caiado (Dem) tem devido a boa imagem do governo perante a sociedade e falta de um adversário à altura.
Em entrevista exclusiva ao O Hoje, Lincoln alfineta as figuras políticas que buscam a vice na chapa majoritária de Caiado em 2022 e aposta que o Cidadania terá chapa completa nas eleições proporcionais. “Diferentemente das pessoas que hoje se articulam para ser vice, eu fui convidado. Eu não cavei e nem fui atrás”.
Como você vê esse movimento de outras forças políticas em Goiás que se articulam para disputar a vice-governadoria nas eleições em 2022?
Eu estou na vice e me sinto muito confortável pois nós ganhamos as eleições passadas de forma atípica. Diferentemente das pessoas que hoje se articulam para ser vice, eu fui convidado. Eu não cavei e nem fui atrás. Estava em um projeto para deputado federal e naquele momento o governador queria que seu vice fosse um deputado federal e houve um consenso em torno do meu nome que tinha uma base muito grande, mais de 37 prefeitos, 150 vereadores e deputados do partido me apoiando. Grande parte do MDB já estava no partido em 2018, mas foram expulsos do partido de forma injusta e hoje vemos o MDB inteiro querendo apoiar o governador.
O processo é natural, o governador Ronaldo Caiado está muito bem posicionado perante a sociedade, nós ainda não temos adversários estabelecidos e ninguém quer enfrentar o governador. Essas pessoas quando olham o governador bem posicionado, tentam buscar a próxima vaga, que é a de vice. Isso faz parte e só atesta para nós como nosso governo está indo muito bem. Muitos dos que estão querendo aderir foram os que mais criticaram nosso governo no passado pois não acreditavam que as ações fariam Goiás sair do atoleiro. Temos que entender e reconhecer que nem tudo está perfeito, mas é preciso reconhecer os desafios impostos pela pandemia que também trouxe muitas oportunidades, como a chance de poder reformar as escolas do nosso estado.
Conto com a confiança do governador, da primeira-dama e principalmente dos prefeitos e da sociedade, pois estamos fazendo um trabalho muito importante. Estamos conseguindo mudar as práticas políticas. Começamos a fazer um trabalho muito diferente que é resolver problemas históricos. A forma como estamos agindo na segurança, na saúde e principalmente na educação com a reforma de todas as escolas.
Essas coisas preparam o terreno para mudanças muito profundas que estão por vir. Eu acredito que as mudanças vão atingir Goiás, em especial pela forma como nós nos preparamos, pelas posições estratégicas que nosso estado dispõe e pelos investimentos em infraestrutura que o Governo Federal, que o Governo Estadual e a iniciativa privada realiza.
Goiás tem uma perspectiva diferente e eu tive uma participação positiva dada a confiança que o governador Ronaldo Caiado depositou em nós. Desde o começo do mandato existe uma preocupação muito grande do governador do nosso atendimento às expectativas que a população tinha. Fomos eleitos com mais de 60% dos votos e isso vem incubido de uma carga de responsabilidade muito grande. Sou responsável por monitorar as principais metas do governo, monitorar a comunicação entre as secretarias e temos um estado dentro da pior crise sanitária que atinge o mundo após assumir um estado com R$ 7 bilhões em dívidas e de lá para cá demos uma resposta na segurança, na saúde e na burocracia.
Qual vai ser a estratégia para se manter na vice-governadoria em 2022 e qual o papel do Cidadania nesse processo?
Não estou buscando articulação para a vice. Eu estou na cadeira de vice até 2022. Eu acredito muito que essa grande manifestação que tenho recebido de prefeitos para que eu permaneça na vice é uma consequência do nosso trabalho. Além de dar sustentação para a administração do governador, substituí-lo quando necessário e tocar as metas prioritárias para o governo, nosso trabalho também é de atender os companheiros de diversos partidos. Eu nunca trabalhei somente com a base partidária.
As pessoas não querem enfrentar um candidato que já está muito bem posicionado. Elas querem entrar em uma chapa para deputado federal e estadual em que haja chance de ganhar, e isso tem feito com que a gente tenha recebido bons nomes para disputar no ano que vem.
O Cidadania para o ano que vem é chapa completa para deputado federal e deputado estadual. Nós não estamos trabalhando para ter ou não mudança em Brasília. Se tiver mudanças nós estaremos preparados, se não tiver mudanças nós estaremos preparados. O Cidadania vem forte e queremos eleger de 3 a 5 deputados estaduais e pelo menos um deputado federal.
Como os emedebistas que estiveram ao lado de Caiado em 2018 e foram expulsos do partido veem essa movimentação do Daniel Vilela?
Eu escuto que eles estão muito felizes de saberem que estavam certos em acreditar na pessoa e na seriedade do governador Ronaldo Caiado e a gente sabe que é muito próprio dos períodos de eleições as falácias e as mentiras e eles hoje conseguem atestar para nós que o governador é uma pessoa que não governa sozinho e que participa.
Quando eu converso com eles, vejo que é um sentimento de que nós estávamos certos e eles errados. Mas não é hora de colocar os pés na porta, eles querem que os prefeitos venham, querem que o MDB venha. Meu desejo é que o MDB venha mesmo, o Daniel é um cara muito preparado, um jovem político que vem para aderir ao nosso governo.
Temos uma consciência muito clara, as coisas são difíceis de fazer sozinho. As mudanças que queremos ver precisam ser permeadas pelas nossas atitudes. Não é hora de dizer que adversário tem que comer na tábua, tratam-se de pessoas que estão sofrendo, sofrendo de saúde, por perder o emprego por causa da pandemia e isso não tem partido. Quem tem partido somos nós, não o eleitor.
E como você vê a articulação da oposição ao governador Ronaldo Caiado? A candidatura de Gustavo Mendanha vai para frente? Quem articula a candidatura dele?
Eu ouço alguns boatos sobre a articulação do ex-governador Marconi Perillo e de outros players políticos, mas quem tem que responder sobre isso é o Gustavo. Mesmo estando em projetos políticos distintos, ele é detentor do meu respeito.
Mas eu acredito que é bom ter oposição, fica sem graça quando não tem. Ter uma oposição, desde que ela seja respeitosa, produtiva e construtiva, eu acho que é salutar e faz parte do processo democrático e eu espero que tenhamos uma oposição de nível para debater os próximos passos de Goiás.
Seu pai, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e Priscila Tejota podem disputar as eleições no ano que vem?
Meu pai não pode, ele é regido pela lei da magistratura e nem filiado a partido ele está. A aposentadoria compulsória dele é daqui a 14 anos. Atualmente, não está no nosso escopo a saída dele do Tribunal de Contas do Estado. Nosso foco hoje é ajudar o governador a terminar bem o mandato. A Priscila está na Agehab, tem grande confiança de Caiado e foi uma grande vereadora. Tenho certeza que se quiser disputar algum mandato ela terá o meu apoio e meu incentivo.
As eleições do ano que vem contam com duas vagas majoritárias, Senado e Governo. O Cidadania articula a vaga do Senado?
A vaga do Senado nunca é algo que é decidido agora. Nós temos bons nomes pleiteando a vaga para o senado no ano que vem, citando Henrique Meirelles, Wilder Morais, Luís do Carmos, Zacharias Calil, João Campos. Todo mundo está ensaiando e a tendência com o afunilamento a partir do ano que vem é que a gente consiga trazer candidatos que possam ajudar na chapa. O Senado é uma cadeira muito estratégica. Precisamos de alguém alinhado, não com o Caiado, não comigo, não com o nosso governo, mas com o que o povo precisa para os próximos anos.