No retorno às aulas presenciais, emocional das crianças precisa de atenção, afirma pedagoga
Processo de readaptação representa um desafio para os alunos, seus pais e a escola
As aulas presenciais em escolas públicas começam a ser retomadas em várias localidades do país, inclusive em Goiânia, e o processo de readaptação pode ser um desafio, tanto para os pais quanto para os filhos. Maísa Colombo Lima, pedagoga, psicóloga e professora do curso de Pedagogia da Estácio, explica que, neste momento, é fundamental trabalhar os sentimentos.
“A criança precisa ser ouvida, acolhida. Com certeza, temos crianças que passaram pela perda de ente querido, adoecimento, desemprego, entre outras circunstâncias. As crianças precisam conversar sobre as mudanças sofridas. Elas precisam se sentir seguras e, para isso, vão precisar da ajuda da escola e da família”, orienta.
Ela explica que, nas crianças menores, a readaptação à escola pode despertar sentimento de insegurança e que, diante disso, é importante ouvir a criança, acolher o sentimento e não menosprezá-lo. “Uma dica é colocar-se no lugar da criança. Só compreendendo o outro podemos estabelecer um diálogo acolhedor”, garante Maísa.
De acordo com a pedagoga, o contato social tem grande importância para o desenvolvimento das crianças e a escola é um dos principais espaços que promovem essa interação. A criança precisa do contato para o desenvolvimento. “Por isso, a importância do retorno às aulas presenciais. Na escola, a criança interage com outras e, também, com adultos referência”, explica.
Já para as escolas, o desafio, além de reorganizar o espaço físico escolar, seguindo os protocolos sanitários estabelecidos pelas autoridades competentes, é fazer o acolhimento das crianças, explica Maísa.
Levantamento nacional
Um levantamento feito pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Itaú Social, apontou que apenas 1,1% das redes de ensino começaram o ano letivo de 2021 com aulas totalmente presenciais e 15,1% de forma híbrida (aulas presenciais e remotas).
O estudo foi realizado entre os meses de junho e julho deste ano, com 3.355 redes municipais, o que corresponde a 60,2% do total de municípios do país.