Mensagens mostram tenente-coronel Blanco oferecendo venda de vacinas
Ele foi acusado de pedir U$ 1 por dose em propina para venda ao setor privado.
O tentente-coronel Marcelo Blanco presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 nesta quarta-feira (04/08). Ele foi citado em sessões anteriores por suspostamente ter participado de negociações de venda da vacina AstraZeneca. Exonerado em janeiro, ele ocupou o cargo de diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.
Mensagens divulgadas mostram o militar oferecendo doses ao valor de US$ 3,97 a unidade, em tentativa de benefício próprio ao fornecer a vacina ao setor privado. A conversa registrada é com o representante comercial da Davatti Medical Supply, Luiz Paulo Dominghetti, entre 9 de fevereiro e 18 de março deste ano.
Blanco participou de jantar em restaurante em Brasília onde teria sido feita a proposta de pagamento de propina na comercialização de doses do imunizante, no dia 25 de fevereiro. Em depoimento à CPI no dia 1º de julho, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que disse ser representante da Davati Medical Supply, afirmou ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose do ex-diretor Dias em troca de assinar contrato de venda de vacinas AstraZeneca com o ministério. A proposta foi feita durante o jantar ocorrido em Brasília.
“Amanhã eu tenho uma reunião com um pessoal que tem um nível de interlocução, relacionamento muito bom, que pode encontrar determinados locais que gerem essa demanda no meio privado, pra gente poder botar isso aí… O que você puder me passar de detalhes, porque amanhã eu tenho uma reunião à tarde para falar de outros assuntos, e eu tocaria isso aí…”, afirmou Blanco em um dos áudios para Dominghetti.
Três dias antes da reunião no restaurante, o militar criou a empresa Valorem Consultoria em Gestão Empresarial LTDA, incluindo um mês depois no contrato social atividades comerciais ligadas à saúde.