Goiás entre os 3 estados com alta na média de mortes
Foram mais de 21 mil mortes de goianos devido a complicações da Covid-19
Goiás está entre os três estados com maior alta na média de mortes por Covid-19 em todo o país, de acordo com dados da plataforma que reúne informações sobre a doença. Com relação aos outros, sete entes federativos mais o DF apresentam estabilidade e 16 têm queda no número de óbitos. De acordo com a plataforma, a variação diz respeito aos últimos sete dias em relação à média de duas semanas atrás. A plataforma aponta que Goiás aparece ao lado de Rondônia e Amapá com tendência de aumento das mortes por Covid-19, com um pico entre os meses de abril e maio.
Até a última atualização da Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), o Estado tinha cerca de 760 mil casos confirmados e mais de 21 mil óbitos por Covid-19. De acordo com a pasta, Goiás ainda apresenta um platô dos números e um dos fatores é a demora de algumas unidades e municípios para notificarem os óbitos.
“Ao se considerar os óbitos por data de ocorrência, Goiás ainda apresenta um platô dos números. Quando se considera os dados por data de registro das mortes, é necessária a avaliação de alguns fatores, como a demora de algumas unidades e municípios para notificarem os óbitos em tempo oportuno nos sistemas oficiais”, diz comunicado da Secretaria.
Ainda segundo a Secretaria, com a circulação do vírus, as notificações de casos, internações e óbitos continuam sendo registradas. “Dessa forma, é importante que a população colabore e mantenha as medidas de prevenção (uso de máscara; higienização das mãos com água e sabão, além do álcool em gel; evitar aglomerações) e os protocolos de biossegurança com as medidas sanitárias.”
Ocupação em UTI voltou a subir
Com a flexibilização de algumas atividades comerciais, a taxa de ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) voltou a subir nas unidades de saúde estadual e municipal de Goiânia. Na rede estadual, os leitos destinados a pessoas diagnosticadas com a Covid-19 atingiu a taxa de 85% de ocupação no fim do último mês. Na última sexta-feira (6), chegou a 85%.
Para a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o cenário tem que ser analisado de forma cuidadosa. A Secretária de Estado da Saúde tem notado crescimento de casos em regiões como a Central e Oeste. “Isso reflete lá na frente nas internações e óbitos. Estamos sempre em contato com as prefeituras para que elas possam tomar ações acertadas dependendo do cenário de cada cidade”, explica.
Mesmo com o aumento discreto, Flúvia aponta que é visto com bastante preocupação. O cenário mostra que a doença pode não estar avançando intensamente, mas também não apresenta redução. “A média é de 14 mil casos por semana. No melhor momento da pandemia até agora, tínhamos entre 4 mil e 5 mil”, avalia. Caso haja aumento significativo, pode gerar pressão novamente no sistema de saúde.
Capital
Já na rede municipal de Goiânia houve uma queda no número de internações. De 75% registrado nas últimas semanas, a taxa foi para 67%. Para a secretária executiva da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luana Ribeiro, os números de Goiânia não podem ser encarados de modo isolado. A Capital manteve um índice abaixo de 70% durante o mês de junho. Segundo ela, pode ter sido um momento atípico do fim de semana. “Para dizer que está subindo, o crescimento precisa ser sustentado”, informa.
2ª dose
Para dar celeridade ao processo de vacinação contra a Covid-19 e vencer a pandemia, é preciso que as pessoas que ainda não tomaram a segunda dose das vacinas fiquem atentas ao prazo. Atualmente, em Goiânia, das 87.235 pessoas que receberam a primeira dose, apenas 27.014 procuram os pontos de vacinação para reforçar a imunização, com a segunda dose, como é preconizada pelo laboratório fabricante.
Luana Ribeiro lembra que das vacinas disponíveis no País, o intervalo entre a primeira e a segunda doses varia de acordo com o laboratório. “Para a Coronavac, o intervalo entre as duas doses é de até 28 dias e, para AstraZeneca e Pfizer, o prazo aumenta para até 12 semanas”, explica, acrescentando que as estratégias da SMS para esse público ocorre diariamente e que é necessário a conscientização das pessoas para se imunizarem por completo.
“É necessário que cada pessoa vacinada com a primeira dose compareça para completar o esquema vacinal conforme a data marcada no cartão de vacinação para o retorno da segunda dose”, frisa ela, salientando que as pessoas que perderam o prazo estabelecido no cartão de vacinação para o reforço da vacina contra a Covid-19 devem procurar imediatamente um dos sete pontos disponíveis. “O atendimento, inclusive, é sem agendamento especificamente para essas mais de 60 mil pessoas”, pontua.
Mortes por Covid-19
Há 21.174 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,81%, de acordo com a SES. Também são 349 óbitos suspeitos que estão em investigação. A pasta informa que há 754.908 casos de doença pelo coronavírus 2019 (Covid-19) no território goiano. Destes, há o registro de 719.725 pessoas recuperadas e 21.174 óbitos confirmados. No Estado, há 561.865 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 302.439 casos.
Na última semana, duas irmãs morreram por conta da doença. Edilaine Santos da Costa, 36 anos, e Elaine Rodrigues dos Santos, 33, morreram de Covid-19 em um intervalo de 7 horas em cidades diferentes de Goiás. A mais velha estava grávida de nove meses e precisou passar por uma cesárea de emergência. Ambas testaram positivo na mesma época.
Também naquela semana, uma jovem não resistiu às complicações da Covid. Christiny Gonzaga Oliveira morreu em Anápolis. Ela teve 50% dos pulmões comprometidos e ficou quase 10 dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Anima.
Após vacinação
Mesmo após receberem imunizantes, os vacinados precisam tomar todas as precauções necessárias para não se contaminarem ou passarem o vírus para outras pessoas. O infectologista do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), Guilhermo Socrates, esclarece algumas dúvidas quanto à vacinação e o que deve ser feito depois. Ele explica que, ao tomar a primeira dose do imunizante, é preciso seguir com as medidas para evitar a disseminação do vírus e retornar à unidade, quando estipulado, para receber a segunda dose.
“A primeira dose não é suficiente para uma imunização total, uma vez que todos os estudos foram feitos com dose de reforço. Mesmo os que foram contaminados pelo vírus também precisam se vacinar, pois existem diferentes mecanismos de defesa que podem ser estimulados e ampliar a resposta imune contra o vírus”, relata. (Especial para O Hoje)