Reinfecção por Covid-19 já atingiu 15 goianos
Dos casos registrados, só um precisou de internação
Os casos de reinfecção por Covid-19 atingiram 15 pessoas no Estado desde março do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). São 13 casos foram registrados em Aparecida de Goiânia, um em Ceres e um em Goiânia. Dos 15 casos, somente um precisou de internação ainda na primeira infecção. Já na reinfecção, nenhuma das pessoas precisou ser hospitalizada.
Mesmo que a reinfecção seja preocupante, os sintomas são mais brandos e leves, explica o médico infectologista Marcelo Daher. Isto porque, segundo ele, a doença induz a produção de anticorpos após a infecção e permanecem no organismo das pessoas como protetores por ao menos sete meses.
Os anticorpos diminuem ao longo do tempo e fazem com que aumente a chance de reinfecção. “No geral, a reinfecção tende a ser mais branda porque a pessoa já tem anticorpos, que funcionam como vacinação, protegendo das formas graves da doença. Normalmente as pessoas que têm uma reinfecção pela Covid costumam ter uma forma mais branda da doença”, ressalta.
Um dos casos registrados em Aparecida trata-se de um homem de 60 anos, hipertenso, que foi assintomático no primeiro episódio e que, 94 dias depois, testou positivo mais uma vez para a Covid-19, apresentando sintomas como perda de olfato e paladar. Este caso foi em 2020 e as variantes são consideradas de menor preocupação, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade.
O outro caso foi de uma mulher de 25 anos com bronquite, que se reinfectou em um intervalo de 188 dias, o que é equivalente a pouco mais de seis meses. Outro registro foi de um homem de 25 anos sem comorbidades, que se infectou novamente após 225 dias, ou seja, em torno de sete meses. A secretaria disse que os dois últimos relataram sintomas mais leves na segunda vez que manifestaram a doença e ambos foram reinfectados pela variante P1.
Incógnita
Até o momento não há dados que afirmem quantas vezes uma mesma pessoa por ser reinfectada com a doença. Segundo o especialista, isto ainda é uma incógnita. “Mas se tomarmos como base outros vírus, a gente pode dizer que há essa possibilidade de reinfecção sim. O que a gente imagina hoje é que o coronavírus seja dessa forma”.
O ideal, aponta, é que a população continua seguindo os cuidados sanitários. “Ainda estamos em uma fase de alta transmissão por conta das variantes, então existe a possibilidade de infecção e reinfecção”, disse.
Recuperados
O Hospital Regional de Luziânia (HRL) já celebrou mais de 1.646 altas de pacientes recuperados da Covid-19, dos quais 1.125 só nos sete primeiros meses de 2021. Apenas em julho, o hospital do Governo de Goiás no município do Entorno do Distrito Federal bateu o recorde de altas em um único mês. Ao todo, 205 pacientes puderam voltar para suas casas após tratamento para minimizar os sintomas da doença.
Dos 1.125 recuperados, 546 são moradores de Luziânia. Também entram na lista pacientes de outras cidades, como Valparaíso, Cidade Ocidental, Planaltina de Goiás e Cristalina. Os pacientes que recebem alta devem ficar 14 dias em isolamento domiciliar, a fim de evitarem possível reinfecção e para se recuperarem no conforto de suas casas.
De acordo com a SES, nesse período, eles devem continuar obedecendo as orientações de distanciamento, utilização do álcool em gel e máscara. Eles são acompanhados remotamente pela equipe do Hospital Regional de Luziânia, que avaliam a recuperação e podem recomendar uma reinternação, se necessária.
Internação
Como a Covid-19 e suas variantes afetam as pessoas de diferentes formas, o tempo de internação varia para cada paciente. O diretor-geral do HRL, Francisco Amud, comemora o alto número de altas. “Os 1.125 pacientes recuperados puderam voltar para suas casas e famílias em tranquilidade, graças ao ótimo tratamento oferecido aqui no HRL. Ficamos todos felizes que conseguimos oferecer esse reencontro”, contou.
Mesmo com o aumento da vacinação em Luziânia e região, os protocolos de cuidados com a Covid-19 devem continuar sendo seguidos. “Uma pequena parte da população parou de seguir as recomendações de isolamento, utilização de álcool em gel e máscara, depois que se vacinaram. Devemos relembrar que a Covid-19 ainda afeta os vacinados, mesmo que de forma mais branda. Os cuidados devem continuar sendo seguidos para, no futuro, voltarmos tudo ao normal”, defende Francisco Amud. (Especial para O Hoje)