Ministério Público pede prisão preventiva de Flordelis
Advogados da família do pastor Anderson já haviam entrado com pedido de prisão após Flordelis perder mandato.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu nesta sexta-feira (13/08) a prisão da ex-deputada federal Flordelis. A ex-parlamentar é suspeita de encomendar o assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza.
Em agosto de 2020, ela e outras 10 pessoas foram denunciadas pelo assassinato de Anderson, que ocorreu em 2019. Na época, a então deputada não teve sua prisão pedida por conta da imunidade parlamentar.
Nesta semana, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cassou o mandato de Flordelis por quebra de decoro. A decisão foi publicada no Diário Oficial da Câmara na última quinta-feira (12).
“Com a perda do mandato de parlamentar, a situação jurídica da ré deve ser revista, para sanar a desproporcionalidade que havia entre as medidas cautelares impostas e os fatos imputados e as condutas que a ré praticou para interferir na instrução e se furtar no momento da aplicação da lei penal”, diz o pedido encaminhado à 3ª Vara Criminal de Niterói.
O documento apresentado pelo MP destaca que, ao longo de toda a persecução penal, ficou claro que a liberdade da investigada colocava em risco a instrução criminal e a aplicação da lei penal, sendo necessária a prisão preventiva da ré.
No pedido de prisão, o MP afirma que, “além da gravidade da conduta criminosa, a ex-deputada, poucos dias após o homicídio, orientou os demais corréus para que o celular da vítima fosse localizado e suas mensagens comprometedoras fossem apagadas, bem como que fossem queimadas as roupas com possíveis vestígios forenses”.
Ainda segundo o Ministério Publico, Flordelis providenciou treinamento a réus e testemunhas que foram intimadas a prestar depoimento, solicitando que as testemunhas mentissem a polícia e alterassem versões já fornecidas.
A motivação do crime seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, “não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família”.