Flexibilização na pandemia ajuda na recuperação do setor de serviços
Indicador da FGV subiu 1,3 ponto em agosto
O Índice de Confiança de Serviços, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), subiu 1,3 ponto, ficando em 99,3 pontos em agosto, no maior nível desde setembro de 2013, quando o indicador estava em 101,5 pontos. Na comparação com agosto de 2020, a alta foi de 14 pontos e em médias móveis trimestrais o índice avançou 3,7 pontos, a quarta alta consecutiva.
O economista do FGV/Ibre Rodolpho Tobler explicou que esse é o quinto avanço seguido. Com isso, a confiança dos serviços se consolida em patamar acima do nível pré-pandemia e próximo ao nível neutro.
“Ao contrário do que foi observado nos últimos meses, a alta foi mais influenciada pela melhora no volume de serviços no mês, enquanto as expectativas ficaram estáveis. A combinação sugere que a recuperação do setor vem avançando em paralelo às flexibilizações na pandemia. Vale ressaltar que o cenário para os próximos meses ainda depende da recuperação da confiança do consumidor e carrega muita incerteza, especialmente associados aos riscos da variante delta”, destacou Tobler.
Segundo o Instituto, o resultado da confiança dos serviços do mês foi influenciado principalmente pelo Índice de Situação Atual, que subiu 2,6 pontos, para 93,0 pontos, ficando no maior nível desde junho de 2014, quando o indicador alcançou 94,3 pontos. Já o Índice de Expectativas cresceu 0,1 ponto, para 105,7 pontos, patamar mais alto desde novembro de 2012 (106,2 pontos).
Seguindo a tendência positiva, o saldo do emprego previsto tem demonstrado recuperação contínua, com médias móveis trimestrais em alta pelo terceiro mês consecutivo, ficando em 10,4 pontos em agosto, maior resultado desde maio de 2014. O saldo se refere ao percentual de empresas que planejam aumentar seu quadro de funcionários nos próximos meses, menos o percentual que planejam reduzir. No pico da pandemia, em junho do ano passado, no pico da pandemia, o indicador ficou negativo em 35 pontos.
Comércio
O Índice de Confiança do Comércio, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), recuou 0,1 ponto em agosto, passando de 101 para 100,9 pontos. Em julho, o indicador teve alta de 5,1 pontos. Na comparação com agosto de 2020, a alta é de 4 pontos e na análise das médias móveis trimestrais, o indicador subiu 2,3 pontos, a quarta alta seguida.
De acordo com o coordenador da Sondagem do Comércio do FGV/Ibre, Rodolpho Tobler, houve uma acomodação em agosto, após quatro meses com altas consecutivas na confiança do comércio. “Diferentemente dos últimos meses, houve uma percepção de piora da situação dos negócios que está relacionada a uma redução na demanda atual enquanto as expectativas continuaram evoluindo positivamente”, informou.
Por outro lado, Tobler destaca que o resultado ainda não significa uma reversão da tendência de alta que começou em abril. “Mas acende o sinal de alerta sobre o ritmo de recuperação do setor. A recuperação da confiança dos consumidores continua sendo fundamental para continuidade da retomada, assim como o controle da pandemia”, avaliou.
No mês de agosto, somente um dos seis segmentos principais registrou queda, tendo ocorrido uma combinação da piora na percepção com o momento presente e avanço das expectativas. Dessa forma, o Índice de Situação Atual recuou 3,7 pontos para 105 pontos; enquanto o Índice de Expectativas aumentou 3,5 pontos para 96,7 pontos, o maior valor desde fevereiro de 2020, quando o índice ficou em 107 pontos.
O indicador de dispersão mostra que os resultados positivos estão distribuídos de forma homogênea entre os segmentos do comércio.