Crianças podem viver três vezes mais desastres climáticos que seus avós, diz estudo
Publicados na revista Science, os resultados quantificam a “desigualdade intergeracional” das mudanças climáticas.
As ações humanas tornaram o mundo um lugar muito mais perigoso para crianças crescerem, de acordo com um estudo inédito sobre os impactos das mudanças climáticas ao longo das gerações.
Se o planeta continuar a aquecer em sua trajetória atual, a criança média de 6 anos viverá cerca de três vezes mais desastres climáticos do que seus avós, concluiu o estudo. Eles verão o dobro de incêndios florestais, 1,7 vezes mais ciclones tropicais, 3,4 vezes mais inundações de rios, 2,5 vezes mais quebras de safra e 2,3 vezes mais secas do que alguém nascido em 1960. De acordo com o relatório, houve 7.348 desastres em todo o mundo nas últimas duas décadas. Aproximadamente 1,23 milhão de pessoas morreram, cerca de 60 mil por ano. Além disso, mais de 4 bilhões de pessoas foram afetadas.
Essas descobertas, publicadas esta semana na revista Science, são o resultado de um grande esforço para quantificar o que o principal autor Wim Thiery chama de “desigualdade intergeracional” das mudanças climáticas.
Essas duas décadas causaram US$ 2,97 trilhões em perdas para a economia global. Os dados mostram que as nações mais pobres tiveram taxas de mortalidade mais de quatro vezes superiores às economias mais ricas.
Em comparação, o período anterior de 20 anos, de 1980 a 1999, teve 4.212 desastres relacionados com desastres naturais. Estes eventos causaram 1,19 milhão de mortes e perdas econômicas de US$ 1,63 trilhão. Mais de 3 bilhões de pessoas foram afetadas.