Mais de 4 mil motoristas goianos foram banidos da Uber por “cancelamento excessivo”
O banimento dos motoristas em todo o país acontece após sucessivas reclamações dos usuários sobre o cancelamento e tempo de espera para corridas.
Motoristas goianos da Uber foram banidos do aplicativo na última semana por, segundo a empresa, realizarem “cancelamento excessivo” de viagens. Um comunicado da empresa emitido na última semana afirma que, em todo Brasil, dos cerca de 1 milhão de motoristas cadastrados na Uber, apenas 0,16%, ou 1.600 motoristas, sofreram a punição.
Entretanto os motoristas afirmam que o número de banimentos tem sido bem maior do que o informado. Representantes da Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo) acusa a Uber de excluir definitivamente e sem aviso 15 mil motoristas por cancelamentos de corrida.
A mesma reclamação é feita pelos motoristas de Goiás. De acordo com a Amago (Associação dos Motoristas de Aplicativos do Estado de Goiás), o número de banidos no estado desde o início das punições já passa de 4 mil.
Para os motoristas, o preço atual dos combustíveis, o valor do aluguel dos carros, assim como a taxa retirada pela Uber em cada viagem está dificultando a realização do trabalho. “Em cada viagem, cerca de 25% a 30% fica com a Uber. Se for uma viagem mais longa, a taxa retirada pode chegar a 40%. Juntando com o preço do combustível, fica quase inviável trabalhar” afirmou Rodrigo Vaz, vice presidente da Amago, para O Hoje.
O banimento dos motoristas em todo o país acontece após sucessivas reclamações dos usuários sobre o cancelamento e tempo de espera para corridas. Uma imagem que circula nas redes sociais mostra um dos motoristas excluídos, do estado de Santa Catarina, com um aviso da Uber dizendo que, de 2.163 viagens, ele havia cancelado 2.014 nos últimos 30 dias.
Em nota, a Uber afirma que os cancelamentos feitos de maneira recorrente “prejudicam intencionalmente o funcionamento da plataforma. Com isso, atrapalham outros motoristas e usuários que apenas desejam gerar renda ou se deslocar”.
Afirma ainda que “cancelamentos excessivos ou para fins de fraude representam abuso do recurso e configuram mau uso da plataforma, pois atrapalham o seu funcionamento e prejudicam intencionalmente a experiência dos demais usuários e motoristas”.
“O abuso no cancelamento de viagens não tem nada a ver com a liberdade do motorista parceiro de recusar solicitações. Na Uber, o motorista é totalmente livre para decidir quais solicitações de viagem aceitar e quais recusar. A conexão entre parceiro e usuário – quando nome, modelo e placa do carro são compartilhados e o usuário recebe a confirmação de que o motorista está a caminho – só ocorre depois do motorista ter conferido as informações da solicitação (tempo, distância, destino etc.) e decidido aceitar a realização da viagem”, concluiu a empresa em sua nota.