Entenda por quais motivos os preços dos alimentos são os mais caros dos últimos 10 anos
A produção mundial de cereais atingiu recorde em 2021, mesmo assim, a expectativa de consumo é maior
Relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (ONU FOA) apontou que os preços dos alimentos e commodities agrícolas aumentaram pelo segundo mês consecutivo em setembro. Os valores do mercado global já são os maiores em dez anos, impulsionados pelos ganhos de cereais e óleos vegetais.
Segundo a FAO, o índice de preços de alimentos, que acompanha os valores internacionais das commodities alimentícias mais negociadas globalmente, atingiu a média de 130,0 pontos no mês passado, a maior desde setembro de 2011, segundo dados da agência.
Os aumentos dos preços vão de encontro a também recordista produção mundial de cereais em 2021. Na comparação anual, os preços de setembro cresceram 32,8% em comparação ao mesmo mês de 2020. Mas o que tem impulsionado esse aumento de preços?
Os dados apontam que os principais responsáveis são problemas na colheita de alimentos das últimas safras e a alta demanda do mercado chinês, com mais de 1 bilhão e 400 milhões de habitantes/ consumidores.
“Entre os principais cereais, o trigo será o foco nas próximas semanas, já que a demanda precisa ser testada contra o rápido aumento dos preços”, disse o economista sênior da FAO, Abdolreza Abbassian, em um comunicado.
Os preços globais do açúcar aumentaram 0,5% em setembro, devido à preocupação com o clima adverso da safra no principal exportador, o Brasil, parcialmente compensado pela desaceleração da demanda de importação e uma perspectiva favorável de produção na Índia e na Tailândia.
Para a produção de cereais, a FAO projetou uma safra mundial recorde de 2,8 bilhões de toneladas em 2021, um pouco acima dos 2,788 bilhões estimados um mês atrás.
Porém, o consumo de cereais foi estimado em 2,811 bilhões de toneladas, conforme uma previsão revisada, refletindo maior uso do trigo como ração.