Mortes por Covid-19 despencam 85% em seis meses em Goiânia
Em março 1,1 mil mortes, mês passado 160
Desde março, o número de mortes causadas pela Covid-19 reduziu em 85% na Capital, conforme apontam os boletins epidemiológicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. Naquele mês foram registradas 1,1 mil mortes e no último mês apenas 160. Segundo especialistas, a redução está relacionada diretamente à vacinação.
Conforme dados da Secretaria, o pico de óbitos provocados pela doença ocorreu em março deste ano, momento em que foram registrados mais de mil óbitos naquele mês. A partir deste período, a quantidade de vítimas fatais caiu drasticamente. Houve apenas uma variação no mês de junho, com aumento de 28% de mortes com relação ao mês de maio.
Já no último mês foram 159 mortes pela Covid-19. Se comparado ao mês de março ocorreu uma queda drástica. Atualmente, a Capital tem 217.896 infecções confirmadas e 6.665 óbitos por Covid-19. O médico infectologista Boaventura Braz aponta para o avanço da vacinação em massa como principal fator para a queda no número de mortes. “Resultado da vacinação”, diz.
Segundo ele, de acordo com as evidências científicas da eficácia das vacinas, era previsto que isso fosse acontecer. “É claro que se contássemos com uma maior adesão aos protocolos sanitários, poderíamos ter uma evolução maior. Mas de qualquer forma, não tenho dúvidas que isso [melhora no cenário] é resultado da vacinação”.
Boaventura explica que para quem está na linha de frente, o perfil dos internados que morrem devido a complicações pela doença é mais perceptível. “O volume de internação pela doença é bem maior para aqueles que acabaram não se vacinando”, concluiu.
80% da população imunizada
Estudos mostram que só é possível ter um impacto considerável na redução da taxa de ocupação dos leitos e óbitos se pelo menos 80% da população estiver vacinada. “Se essas pessoas vão deixando de se vacinar, demora mais a chegar nesse percentual de 80% e mais ainda a ter o impacto esperado. Para todas as vacinas, exceto a da Janssen- que é dose única –, para se ter imunidade, a proteção máxima, é preciso tomar as duas doses. Uma só não resolve. E aquela imunidade de rebanho que são os 80% da população vacinada, quando eu falo vacinada, é completamente vacinada”, reforça a superintendente de Vigilância Sanitária, Flúvia Amorim.
Com relação à população adulta goianiense, 83,52% dos goianienses maiores de 18 anos já tomaram pelo menos uma dose da vacina e 52,13% estão totalmente imunizados. “Esse avanço é possível porque ampliamos a aplicação de 1ª dose em todos os postos de rotina de Goiânia, que são de 50 locais, e hoje, além desses, estamos com 41 pontos de disponíveis para aplicação de 2ª e 3ª doses”, enumera o secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, ao acrescentar que 28.815 adolescentes já foram vacinados e 12.209 pessoas já receberam a 3ª dose.
O processo de imunização da população de Goiânia está avançando conforme o recebimento das vacinas por parte do Ministério da Saúde. “Chegamos a mais de 1 milhão de pessoas vacinadas com a 1ª dose e isso mostra o compromisso da gestão municipal para com o cidadão goianiense”, destaca o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz.
1ª e 2ª dose
Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), em agosto, aponta que das mortes registradas no Estado representam apenas 0,1% do total de vacinados com a primeira e segunda dose.
De acordo com a pesquisa, de cerca de um milhão de pessoas imunizadas com as duas doses (ou dose única) pouco mais de mil vieram a óbito por complicações da doença provocada pelo coronavírus. Somado a isso, o quantitativo de vacinados e hospitalizados trouxe um ânimo para a área da saúde. Somente 3,2 mil de mais de um milhão de vacinados precisaram ser internados para tratar complicações de Covid-19, o equivalente a 0,3% do total. (Especial para O Hoje)