Republicanos quer usar Goiânia como trunfo eleitoral para 2022
Reforma do secretariado tende a ocorrer após aprovação do Plano de Diretor e em sintonia com alianças do partido nas eleições do ano que vem
No comando da maior cidade do estado, o Republicanos deve usar a Prefeitura de Goiânia como um trunfo para atingir seus objetivos nas eleições de 2022, segundo pessoas ligadas ao partido ouvidas pela reportagem.
A estratégia do Republicanos ficará mais clara a partir da reforma do secretariado. Como o jornal O Hoje já mostrou, até dez secretários municipais podem deixar suas funções para disputar as eleições no ano que vem.
São eles (em ordem alfabética): Álvaro da Universo (Esportes), Dra. Cristina Lopes (Direitos Humanos e Políticas Afirmativas), Fabiano Bissotto (Administração), Paulo Henrique da Farmácia (Desenvolvimento e Economia Criativa), Tatiana Lemos (Políticas para as Mulheres), Valdery Júnior (Turismo, Eventos e Lazer), Valéria Pettersen (Relações Institucionais), Wellington Bessa (Educação), Zander Fábio (Cultura) e Zé Antônio (Desenvolvimento Humano e Social).
É importante ressaltar que, desses dez, nem todos sairão. Muitos dependem de arranjos políticos para viabilizar uma candidatura, mas esses são os nomes mais prováveis de serem trocados.
Algumas saídas são consideradas inevitáveis, como a Dra. Cristina, Wellington Bessa e Zé Antônio. Mesmo que não seja candidato, Paulo Henrique da Farmácia também deve sair devido aos desgastes gerados pelas denúncias, reveladas em série de reportagens do jornal O Hoje, que apontou supostas rachadinhas e funcionários fantasmas no gabinete de seu suplente, o vereador Célio Silva (PTC), mas controlado pelo secretário.
Pela legislação eleitoral, os secretários que serão candidatos em 2022 precisam deixar seus cargos seis meses antes das eleições, ou seja, em abril do ano que vem. A reforma do secretariado, porém, tende a ocorrer antes.
A reportagem apurou que as mudanças na Prefeitura de Goiânia estão previstas para acontecer logo após a aprovação do Plano Diretor na Câmara Municipal. No Paço, a expectativa é de aprová-lo até o final do ano. Assim, a reforma do secretariado deve ficar para janeiro. Contudo, qualquer imprevisto em relação ao Plano Diretor pode alterar a programação.
Alianças
O principal objetivo do Republicanos é a eleição ao Senado do deputado federal e presidente do partido em Goiás, João Campos.
O parlamentar alega que mantém diálogo com todos os pré-candidatos a governador, mas sabe-se que o Republicanos está mais perto de fechar uma aliança com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido).
Recém-desfiliado do MDB, Mendanha está próximo de ter Podemos ou PL como destino. Entretanto, nos bastidores, há quem especule que o prefeito de Aparecida de Goiânia também pode ir para o Republicanos.
Nesse eventual cenário, ainda não está claro se o partido teria condições de buscar duas vagas na chapa majoritária, sendo uma para Mendanha e outra para João Campos, cuja probabilidade de desistir de sua candidatura ao Senado, no momento, é baixa.
De qualquer forma, a reforma do secretariado da Prefeitura de Goiânia estará em sintonia com as alianças do partido no ano que vem. Em resumo, terá espaço para indicações quem declarar lealdade ao projeto eleitoral do partido, seja ele qual for.
Trata-se, portanto, de uma postura similar ao do governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), que também prepara uma reforma de seu secretariado com a tendência de acomodar aliados com vistas às eleições de 2022.
O jornal O Hoje entrou em contato com a assessoria de comunicação de João Campos para dar espaço ao seu posicionamento oficial, mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta às perguntas encaminhadas. (Especial para O Hoje)