Protagonizando a disputa das prévias, João Doria e Eduardo Leite ganham apoio de dissidentes
Estando em redutos rivais, os principais candidatos do PSDB geram pressão e ameaças de punição
Os governadores tucanos João Doria, de SP, e Eduardo Leite, de RS, protagonizam a disputa acirrada das prévias tucanas, marcadas para 21 de novembro. Concorre ainda o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Tanto Doria como Leite acumulam apoios dissidentes que geram, pressões e ameaças de punição dentro do partido, além de discursos que afirmam que democracia interna será respeitada.
No caso de Xexéu, membros do diretório paulistano do PSDB afirmam, nos bastidores, que medidas de sanção ao vereador podem, sim, serem tomadas, já que houve fechamento de questão para apoio a Doria. O vereador afirmou à Folha de São Paulo não ter sido avisado sobre o fechamento de questão e diz que nenhum dirigente falou com ele sobre risco de punição, no entanto, sua declaração de apoio incomodou outros vereadores. “Todos são do partido e todos têm o direito a escolher o seu candidato.”, diz ele.
Em São Paulo, Eduardo Leite tem ainda o apoio de dois ex-presidentes estaduais do partido, Antonio Carlos Pannunzio e Pedro Tobias, e conta também com o ex-deputado federal Floriano Pesaro. O gaúcho já afirmou contar com conselhos do ex-governador Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB e é desafeto de João Doria. Xexéu Tripoli (PSDB) afirma não ter problemas com Doria, mas diz ter escolhido apoiar Eduardo Leite por ser mais bem preparado e por dialogar com todos os campos. “Eu me identifico muito com a forma que o Eduardo vem fazendo política.”
Já João Doria tem, até então, o apoio da ex-governadora e presidente do PSDB Mulher Yeda Crusius no Rio Grande do Sul, e o apoio do deputado federal Domingos Sávio em Minas Gerais, que são dos principais estados que declararam apoio a Leite. Em entrevista na semana passada, o coordenador da campanha de prévias de Doria, Wilson Pedroso, afirmou que os apoios a Leite em São Paulo representam “uma gota no oceano”.
O prefeito Paulo Serra afirmou à Folha de São Paulo que a declaração “parece desespero” e que políticos importantes de São Paulo que apoiam Leite, assim como vereadores, não podem ser desconsiderados. “Parece um pouco de arrogância de quem só disputou prévias sempre apoiado pela máquina e acaba se afastando um pouco da militância”, ressaltou.
Da parte de aliados de Doria, a crítica é a de que os paulistas que apoiam Eduardo Leite são ligados a Alckmin e podem deixar o partido após as prévias. Paulo Serra, por sua vez, diz que vai permanecer no PSDB e que esse argumento “leva a discussão para um nível raso”. De acordo com à Folha, parlamentares relataram sofrer represálias por conta das prévias, algo que o PSDB de São Paulo nega, argumentando que as infrações são diversas e anteriores.