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sábado, 23 de novembro de 2024
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Racismo

Loja Zara onde delegada negra foi alvo de racismo tinha código sonoro para alertar entrada de ‘suspeitos’

A delegada Ana Paula Barroso foi barrada na entrada da loja em setembro por não usar mascara e estar consumindo alimentos. No mesmo dia, clientes brancos na mesma situação não haviam sido barrados.

Postado em 20 de outubro de 2021 por Ícaro Gonçalves
Loja Zara onde delegada negra foi alvo de racismo tinha código sonoro para alertar entrada de ‘suspeitos’
delegada Ana Paula Barroso foi barrada na entrada da loja em setembro por não usar mascara e estar consumindo alimentos. No mesmo dia

A Polícia Civil do Ceará, que investiga possível crime de racismo ocorrido em uma loja Zara do Shopping Iguatemi, em Fortaleza (CE), concluiu que no estabelecimento havia um código sonoro que alertava funcionários sobre a entrada de potenciais clientes “suspeitos”. As informações são do g1.

De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Sérgio Pereira dos Santos, a loja usava o código sonoro “Zara zerou” nos autofalantes internos para avisar seus funcionários. Segundo ele, as pessoas geralmente consideradas “suspeitas” eram negras e usavam roupas simples para entrar na loja.

Uma ex-funcionária da loja confirmou o procedimento e explicou como ele funcionava: “A loja, quando identificava que uma pessoa estava fora do padrão de cliente e estava ingressando naquele estabelecimento, era dito no sistema de som a frase ‘Zara zerou’”.

Em setembro, a delegada e diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Ceará, Ana Paula Barroso, foi barrada na entrada da loja.

À época, a assessoria de comunicação da Zara afirmou que a delegada negra havia sido barrada por estar tomando um sorvete quando entrou na loja e não estaria usando máscara.

No entanto, a Polícia Civil também apurou que a Zara do Shopping Iguatemi de Fortaleza não barrou clientes brancos que também consumiam alimentos e não usavam máscara em sua loja.

A Polícia Civil indiciou o gerente da loja, Bruno Filipe Simões Antônio, de 32 anos, por racismo. Em nota, a Zara afirmou que a abordagem não foi motivada por questão racial, mas por causa de protocolos de saúde.

Leia a íntegra da nota da Zara.

“A Zara Brasil, que não teve acesso ao relatório da autoridade policial até sua divulgação nos meios de comunicação, quer manifestar que colaborará com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19 se fundamenta na aplicação dos protocolos de proteção à saúde, já que o decreto governamental em vigor estabelece a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes públicos. Qualquer outra interpretação não somente se afasta da realidade como também não reflete a política da empresa. A Zara Brasil conta com mais de 1800 pessoas de diversas raças e etnias, identidades de gênero, orientação sexual, religião e cultura. Zara é uma empresa que não tolera nenhum tipo de discriminação e para a qual a diversidade, a multiculturalidade e o respeito são valores inerentes e inseparáveis da cultura corporativa. A Zara rechaça qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a máxima seriedade em todos os aspectos.”

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