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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Sinditac-GO

Após reajuste no combustível, caminhoneiros sinalizam para greve dia 1º

Na última segunda-feira (25), a Petrobras divulgou um novo reajuste no preço do diesel e da gasolina.

Postado em 27 de outubro de 2021 por Daniell Alves
Após reajuste no combustível
Na última segunda-feira (25)

Devido ao novo aumento no preço do combustível, representantes dos caminhoneiros de Goiás devem se reunir amanhã (28), em Brasília, para deliberar sobre a possível paralisação da categoria no dia 1º de novembro. Os profissionais já estavam insatisfeitos e foram surpreendidos com um novo aumento de 9% no preço do diesel está semana.

Segundo o diretor do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac-GO), Jaci Souza, o encontro deve contar com a participação de representantes de diversos estados. A categoria tenta negociação com o Governo Federal. A paralisação é tida como certa, caso não haja acordo.

Jaci destaca que os caminhoneiros já esperavam o aumento, porém enxergam a situação com desaprovação. “Estamos com o ‘couro amaciado’. Vivemos na expectativa de aumento sempre. Dessa vez a alta foi muito forte. No ano, o aumento já é de 60%”, afirmou. Com relação ao auxílio-diesel de R$ 400 mensal, o diretor do Sinditac afirma que é uma proposta fraca. “Esse auxílio só pode ser brincadeira. R$ 400 não dá nem 100 litros de diesel. Não é esse o caminho”.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, afirma que, até o momento, não houve nenhum impacto nos postos. “Em termos de aumento de procura, não tenho essa informação que houve aumento por parte do consumidor”, afirma.

Paralisação

Na última segunda-feira (25), a Petrobras divulgou um novo reajuste no preço do diesel e da gasolina. O primeiro sofreu alta de 9% e o segundo de 7%. Conforme explicou a Petrobras, os aumentos são reflexo da elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio.

Na terça-feira (26), o litro de gasolina começou a ser vendida pelas refinarias da Petrobras no valor de R$ 3,19, ou R$ 0,21 acima do vigente atualmente. Já o litro do diesel sai por R$ 3,34, alta de R$ 0,28. Trata-se do segundo reajuste dos dois produtos em menos de um mês.

Em alguns postos da Capital, os condutores formaram filas imensas para abastecer no início da noite de segunda. Com o combustível vendido com preço antigo que varia de R$ 6,69 e R$ 6,89, os motoristas aproveitaram para encher o tanque. Já em outros postos, o combustível já estava sendo vendido a R$ 7,27, a exemplo de um que fica localizado na 4ª Radial, no Setor Pedro Ludovico.

Base de cálculo

A base de cálculo do preço gasolina aumentou. Márcio explica que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) utiliza a mesma alíquota de 2016, porém tem por referência preço médio ponderado final (o preço que está na bomba do posto a cada 15 dias), a base de cálculo aumentou.  “30% de R$ 4 não é o mesmo de 30% de R$ 6”, explica. Por isso, a receita do Estado aumentou com a variação do preço final do combustível.

Mesmo assim, ele não acredita que o ICMS seja o motivo do preço estar tão alto. “O que motivou o aumento é Petrobras ao adotar uma política de acompanhar o mercado internacional. Estamos ganhando em real e pagando em dólar”, ressalta.

Benefício próprio

O presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, afirma que a elevação no valor favorece apenas os acionistas da empresa. Ele também alerta que a paralisação para o dia 1º de novembro terá ainda mais apoio da categoria.

O Governo Federal havia sinalizado a realização de um diálogo com lideranças dos caminhoneiros para tratar os motivos da greve, mas foi desmarcada. A expectativa é de que a falta de diálogo e o aumento no preço dos combustíveis aumente o número de apoiadores ao movimento.

Presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, o deputado bolsonarista Nereu Crispim (PSL-RS), está entre os aliados do presidente que têm se decepcionado com a condução do País. Ele ressalta que os caminhoneiros não pretendem conversar com o ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, o principal interlocutor da categoria até o momento. “Ele está empurrando tudo com a barriga há três anos. Chega”, afirma Crispim. (Especial para O Hoje)

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