Gestão Bolsonaro teve acesso antecipado e cortou questões do próximo Enem, diz jornal
Presidente afirmou que prova teria “a cara” do seu governo.
Uma matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em sua edição desta quarta-feira (17/11) revelou que o governo Bolsonaro interferiu no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A aplicação está marcada os dias 21 e 28 de novembro.
De acordo com o jornal, servidores que pediram a exoneração do instituto afirmaram que houve supressão de questões da prova que foram consideradas “sensíveis” pelo governo. Parte dos 37 funcionários que abandonaram o cargo alegando legando fragilidade técnica e administrativa da gestão, além de censura ao órgão.
Na última segunda-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a prova teria “a cara” do seu governo”, e que “ninguém precisa estar preocupado com aquelas questões absurdas do passado”. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, chegou a afirmar que teria acesso prévio às perguntas. Depois, recuou, declarando que “não houve interferência”.
No Qatar, nesta quarta (17), o presidente voltou a falar do Enem, explicando que a “cara” seria “no sentido de competência, honestidade e seriedade”, e negando que tenha tido acesso antecipado à prova.
Segundo a reportagem d’O Estado de S. Paulo, 24 questões foram retiradas do exame por terem sido rejeitadas pelo diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Anderson Oliveira, o que teria desequilibrado a dificuldade da prova. 13 puderem ser reinseridas para aumentar a dificuldade novamente.