Lula alerta para crise global da democracia e defende regulação das redes sociais na ONU
Presidente afirma que ataques à democracia se intensificaram desde a Segunda Guerra
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou sobre o momento crítico da democracia em nível global, durante um evento realizado à margem da Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24), em Nova York. No encontro intitulado “Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo”, Lula afirmou que a democracia enfrenta o maior desafio desde a Segunda Guerra Mundial, citando o impacto de ações totalitárias e desinformação em vários continentes.
Lula destacou que, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, forças autoritárias desafiaram o resultado das urnas com violência, mencionando ataques contra o sistema democrático. Além disso, ele apontou que a propagação de notícias falsas na América Latina mina a confiança no processo eleitoral. Na Europa, segundo o presidente, a combinação de racismo, xenofobia e desinformação ameaça a diversidade, enquanto na África, golpes de Estado continuam a refletir heranças coloniais.
Em seu discurso, Lula defendeu que a democracia deve ser vista novamente como o caminho mais eficaz para a conquista de direitos e justiça social. Ele reforçou que é preciso reorientar a economia global para servir ao povo, sem abrir mão do livre mercado. Mas devolvendo ao Estado o papel de garantidor do bem-estar e do desenvolvimento sustentável.
No evento, Lula também defendeu a liberdade de expressão, porém, ressaltou que ela não pode ser ilimitada. Ele afirmou que é necessário proteger os direitos e liberdades das pessoas, além de preservar a ordem democrática. O presidente criticou o impacto das redes sociais, destacando que essas plataformas amplificam discursos de ódio e precisam de regulação. Lula defendeu que as empresas de tecnologia não podem se considerar acima da lei e devem assumir responsabilidade pelo conteúdo que circula em suas plataformas.
Participaram do evento líderes de diversos países, incluindo o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.