Fetiche por traição: compreenda o desejo de mulheres que se excitam ao serem ‘cornas’
Na prática, ela afirma que às vezes se envolve na transa do marido com outras mulheres, mas o que a atrai mais é assistir e saber que está fantasiando que está sendo traída
O fetiche por traição não é novidade e é conhecido como “cuckold”, onde um homem encena ser “corno”. No entanto, existem mulheres que têm esse fetiche e se chamam de “cuckqueans”. Elas sentem prazer ao ver seus parceiros transando com outras pessoas e muitas vezes gostam de ser chamadas de “cornas” durante o ato. Esse fetiche geralmente se associa ao BDSM.
Amanda R., uma gaúcha de 24 anos, exemplifica isso: em seu relacionamento estável, ela e seu marido praticam BDSM, e ela se considera “cuckquean“. Inicialmente, pensou que seu interesse era apenas voyeurismo, mas depois percebeu que gostava da ideia de “ser traída”.
Ela diz que já sentia tesão nisso sem saber que tinha nome — e antes mesmo de passar por uma traição, de um ex-namorado. Quando ela se juntou com seu marido, eles frequentaram casas de swing para ver outros casais fazendo sexo, mas para Amanda não era o suficiente. “Não me senti tão bem do que quando eu via meu marido com outra. Foi no swing que eu vi a diferença entre ‘cuckquean’ e ‘voyeur’.
Na prática, ela afirma que às vezes se envolve na transa do marido com outras mulheres, mas o que a atrai mais é assistir e saber que está fantasiando que está sendo traída. “É uma coisa bem explícita. Às vezes começa antes do próprio ato. Se vamos sair com uma menina no final de semana, antes das relações, ele fala: ‘você sabe que eu vou estar com outra pessoa’, ‘você está sendo corna’. Isso é o que me deixa mais excitada, é saber que isso vai acontecer”.
É preciso ter acordos muito claros
Para que a dinâmica de um relacionamento com terceiros funcione, é fundamental estabelecer acordos claros. A maioria dos casais não usa o termo “corno”, mas admite que a inclusão de uma terceira pessoa foi benéfica para a relação. Quando uma mulher vê seu parceiro com outra, ela não o interpreta como uma humilhação, mas sim como uma forma de prazer. O fetiche por ser “feita de corna” se compara ao sadomasoquismo: não é considerado um problema quando os praticantes fazem isso de maneira saudável, com o consentimento de todos os envolvidos. Assim como em relacionamentos sadomasoquistas, essas práticas permanecem privadas e não exigem tratamento clínico, desde que todos concordem.