Estado financia pesquisa para aumentar resistência da soja na seca
A soja, commodity destaque agrícola de Goiás, manter sua produtividade em circunstâncias extremas é um desafio constante
Através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), por meio do Governo de Goiás, está aportando recursos em soluções tecnológicas para potencializar a resistência da soja à seca, garantindo a competitividade e a viabilidade da agricultura goiana. O estudo, realizado por pesquisadores do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) – campus Rio Verde, investiga a capacidade de microrganismos que estimulam o crescimento vegetal e nanopartículas para amenizar os impactos do estresse hídrico na produção de soja.
As pesquisas em andamento abordam o uso de microrganismos que se conectam às raízes das plantas, fomentando seu desenvolvimento e ampliando a eficácia na absorção de água e nutrientes, mesmo em situações desfavoráveis. Por sua vez, as nanopartículas atuam diretamente nos tecidos vegetais, liberando substâncias que facilitam o transporte de água pelo xilema, evitando o fenômeno do embolismo, em que bolhas de ar impedem o fluxo de água, resultando na desidratação das folhas.
“Estamos desenvolvendo metodologias que possam ser aplicadas de forma prática e acessível pelos produtores rurais, reduzindo custos e respeitando o meio ambiente”, pontuou Fernanda dos Santos Farnese,coordenadora do projeto
No ano de 2024, Goiás enfrenta uma das mais severas secas de sua história. Segundo o Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado (Cempa-Cerrado), a normalização do período chuvoso só deve acontecer no final de novembro, estendendo os efeitos no setor agropecuário, um dos alicerces da economia do estado.
Sem o uso de tecnologias, as perdas na agricultura podem ser consideráveis. Com um financiamento da Fapeg no valor de R$64.850,00, o projeto investe na aquisição de aparelhos de ponta para análise e aprimoramento das tecnologias. “O apoio do Governo de Goiás à ciência e tecnologia é uma prioridade. Estamos empenhados em tornar Goiás referência em inovação no agronegócio, criando soluções que beneficiam diretamente nossos produtores e fortalecem a economia”, comentou Marcos Arriel, presidente da Fapeg.
Leia mais: Lançado edital para pesquisa e inovação na agricultura familiar
A soja, commodity destaque agrícola de Goiás, tem uma importância crucial na balança comercial do Brasil, e manter sua produtividade em circunstâncias extremas é um desafio constante. No ano de 2022, a produção de grãos no estado alcançou um recorde de R$43 bilhões, sendo Rio Verde uma das principais áreas produtoras. “Com o aumento das ocorrências de eventos climáticos extremos, como essa seca de 2024, é essencial que estejamos preparados para proteger nosso setor agrícola com tecnologia e inovação”, destaca o pesquisador do Cempa-Cerrado,Domínguez Chovert.
O estudo está em estágio avançado e já apresenta perspectivas animadoras. Os estudos iniciais sugerem que as plantas submetidas às novas tecnologias demonstram maior resistência ao déficit hídrico, mantendo níveis de produtividade superiores aos registrados em plantações sem a aplicação dessas inovações. “O que estamos desenvolvendo aqui não é apenas uma resposta emergencial, mas uma ferramenta para o futuro da sojicultura”, destacou Farnese.