ONU suspende Rússia do Conselho de Direitos Humanos; russos negam morte de civis
A resolução adotada pela Assembleia Geral, de 193 membros, expressa “grave preocupação com a atual crise humanitária e de direitos humanos na Ucrânia”, particularmente com relatos de abusos.
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que suspendeu, nesta quinta-feira (7), a Rússia do Conselho de Direitos Humanos por relatos de “violações e abusos grosseiros e sistemáticos por tropas russas na Ucrânia. Isso proporcionou ainda mais o isolamento diplomático do Kremlin após acusações de que as tropas russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia.
Liderada pelos Estados Unidos (EUA), a iniciativa teve 93 paÃses votando a favor, 24 contrários e 58 abstenções. Era necessária uma maioria de dois terços dos votos (47 membros) para que o texto avançasse na Assembleia Geral. As abstenções não são levadas em consideração.
A Rússia é o segundo paÃs a ser suspenso do principal órgão de direitos humanos da ONU. Em 2011, a Assembleia Geral suspendeu a LÃbia devido à violência contra manifestantes por forças leais ao então ditador Muammar Gaddafi. A resolução adotada pela Assembleia Geral, de 193 membros, expressa “grave preocupação com a atual crise humanitária e de direitos humanos na Ucrânia”, particularmente com relatos de abusos.
O paÃs estava em seu segundo ano, de um mandato de três, no conselho, com sede em Genebra, que não pode tomar decisões juridicamente vinculantes. Suas decisões, no entanto, enviam mensagens polÃticas importantes e podem autorizar investigações.
Denúncias
Desde o inÃcio da invasão russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, a assembleia-geral adotou duas resoluções denunciando a Rússia, com 141 e 140 votos a favor. Moscou diz que está realizando “operação especial” para desmilitarizar a Ucrânia.
Os Estados Unidos anunciaram que pediriam a suspensão da Rússia, depois que a Ucrânia acusou tropas russas de matar centenas de civis na cidade de Bucha. No entanto, a Rússia nega atacar civis na Ucrânia.
O embaixador na ONU, Vassily Nebenzia, afirmou na terça-feira (5) que enquanto Bucha estava sob controle russo, “nenhum civil sofreu qualquer tipo de violência”.