Único brasileiro sobrevivente do Holocausto, Andor Stern morre aos 94 anos
Segundo a família, Stern faleceu em sua residência em São Paulo, mas causa da morte não foi confirmada
O único brasileiro sobrevivente do Holocausto, Andor Stern, faleceu aos 94 anos, nesta quinta-feira (7/4). Por meio de comunicado nas redes sociais, os familiares agradeceram o carinho dos seguidores de Andor e informaram que ele faleceu em sua residência, em São Paulo, mas a causa da morte não foi informada.
“Nossa família agradece desde já por todas as mensagens de apoio e palavras de carinho. Andor dedicou grande parte de seu tempo às suas palestras sobre o Holocausto, ensinando os horrores do período para que não se neguem nem se repitam, e motivando as pessoas a valorizarem e agradecerem a vida e a liberdade. O carinho de vocês sempre foi muito importante para ele”, escreveu a família.
Natural de São Paulo, Stern se mudou para a Hungria ainda criança junto com seus pais. Com uma infância tranquila e comum, foi surpreendido em 1939 com a invasão da Polônia por Adolf Hitler e a Segunda Guerra Mundial. Devido ao posicionamento do Brasil ao lado dos aliados, Stern foi considerado inimigo de Estado e entregue às autoridades húngaras.
Em 1944, ele, sua mãe, seus avós, seu tio e sua tia grávida foram levados para Auschwitz no mesmo trem, entretanto foram separados quando chegaram no campo de extermínio, em que todos da família foram mortos na câmara de gás, exceto Stern, que tatuou os números que o identificavam no campo de concentração: 83892.
Para o sobrevivente, a história teve um final feliz, quando em 1945, Stern conquistou sua liberdade novamente após o fim da guerra. Viveu mais três anos na Hungria e retornou para o Brasil.
Sua trajetória foi contada pelo historiador Gabriel Davi Pierin, no livro “Uma Estrela na Escuridão”, também adaptado para os quadrinhos.