Morador que matou “hipster da federal” agiu em legítima defesa, conclui Polícia Civil
O homem que efetuou os disparos será indiciado pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, mas não por homicídio
A Polícia Civil concluiu, nesta terça-feira (12/04), as investigações acerca da morte do policial federal Lucas Soares Dantas Valença, de 36 anos, conhecido popularmente como “hipster da federal”. Ele foi morto a tiros, no dia 02 de março por um homem de 29 anos, que será indiciado por posse ilegal de arma de fogo, mas não por homicídio, pois de acordo com as apurações, o morador agiu em legítima defesa. O autor dos disparos responde em liberdade, após ser preso em flagrante, pagar fiança e ser liberado em seguida.
Relembre o caso
No dia 02 de março, por volta das 23h, Lucas foi visto na zona rural de Buritinópolis, no nordeste de Goiás. O autor dos disparos diz que estava em casa com a esposa e a filha de 3 anos, quando ouviu barulhos de alguém xingando e gritando em volta de sua casa. Em seguida, alguém desligou o padrão de energia da casa e arrombou a porta. O morador disse para o homem ir embora, mas ele entrou na residência. Por medo, ele efetuou um disparo por uma espingarda calibre 22, na direção do invasor.
Depois de religar a energia, o rapaz constatou que havia atingido Lucas logo abaixo do peito. O socorro médico foi acionado, mas ele morreu no local. Segundo dizem amigos da vítima, ele estava em tratamento psicológico e usava remédios controlados. No dia do ocorrido, o laudo pericial afirma que foram encontradas substâncias do entorpecente THC, principal componente da maconha.
Lucas Valença era agente da PF desde 2014. Um dia antes de sua morte, ele foi até Mambaí, cidade vizinha de Buritinópolis para comemorar o aniversário do irmão. Esse havia sido o primeiro surto desde o começo do tratamento contra a depressão, de acordo com relatos de pessoas próximas. No dia em que morreu, ele estava sem celular e desarmado.
De acordo com o delegado Alex Rodrigues, três amigos policiais federais tentaram levá-lo a uma clínica, entre 14h e 22h, no dia do ocorrido, mas não tiveram sucesso. “Ele [Lucas] teria feito ameaças de morte, saído do carro, corrido pela rodovia, e eles entenderam [ajudá-lo], mas viram que não tinham outra escolha senão atender o pedido dele, que era de voltar para a chácara”, explicou o delegado.
Com informações de G1