Blocos de exploração de petróleo na Oferta Permanente são leiloados no Brasil; entenda
Sessão finalizou com 59 blocos em seis bacias, somando R$ 422 milhões em bônus de assinatura
A sessão pública do 3º Ciclo de Oferta Permanente de blocos de exploração e produção de petróleo e gás natural, realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), aconteceu nesta quarta-feira (13/4). A sessão terminou com 59 blocos arrematados em seis bacias e somou R$ 422 milhões em bônus de assinatura representando um ágio médio de 854% em relação às propostas mínimas exigidas pelo leilão. As informações são da Agência Brasil.
Os blocos que foram arrematados em bacias foram contratados por 13 empresas, que devem investir R$ 406 milhões em atividades de exploração nos próximos anos. Ao final, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou que o leilão foi o oitavo em três anos. “O resultado de todos esses leilões significa investimentos de mais de R$ 620 bilhões, e arrecadação governamental superior a R$ 1 trilhão ao longo de 30 anos, com expectativa de criação de mais de 500 mil empregos”, afirmou.
Na sessão pública desta quarta-feira, as empresas podiam fazer propostas por 14 setores de blocos exploratórios localizados nas bacias de Santos, Pelotas, Espírito Santo, Recôncavo, Potiguar, Sergipe-Alagoas e Tucano. A Oferta Permanente incluem campos devolvidos ou em processo de devolução, blocos não arrematados anteriormente e novos blocos expiatórios em bacias terrestres em estuda na ANP.
Segundo Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP, a recente alta dos preços do petróleo, relacionada à invasão da Ucrânia pela Rússia, lembra a importância da segurança energética, em um contexto de substituição das energias de fósseis por renováveis.
“A transição energética precisa ser feita de forma equilibrada. É necessário, sem dúvida, aumentar o investimento em energias renováveis, para garantir a ampliação da oferta de combustíveis limpos, mas, ao mesmo tempo, é imprescindível continuar atendendo à demanda por hidrocarbonetos de forma sustentável e eficiente, até que as novas soluções sejam capazes possam substituí-lo. Especialmente no Brasil, temos ainda muita riqueza a ser gerada pela indústria de petróleo e gás natural em benefício da sociedade”, afirma Saboia.
Ofertas
Os blocos da Bacia de Santos foram os primeiros a receber ofertas na sessão pública, em uma disputa entre a empresa Total Energies, que arrematou dois blocos, e o consórcio formado pela Shell Brasil e a Ecopetrol, que venceu a disputa em cinco blocos com uma única oferta pelo sexto bloco.
No total, o bônus de assinatura que será pago pelos blocos somou R$ 415,5 milhões, representando um ágio de 895,99% sobre a oferta mínima exigida. Além disso, as licitações devem gerar R$ 307 milhões em investimentos e preveem um programa exploratório mínimo de 1,3 mil unidades de trabalho.
A segunda na ordem de apresentações foi a Bacia de Pelotas e nenhuma empresa fez um lance por seus blocos marítimos. A terceira do dia foi a Bacia do Espírito Santo, e dois blocos terrestres de setores diferentes receberam ofertas únicas, sendo um arrematado pela CE Engenharia e outro pelo consórcio formado entre Imetame, Seacrest e ENP Ecossistemas.
A quarta bacia foi a do Recôncavo, que teve quatro blocos arrematados em três setores diferentes. A vencedora da disputa por um dos blocos foi a PetroBorn e fez oferta única pelo segundo que arrematou. Os outros dois blocos tiveram participação da NTF, que arrematou sozinha e outro consórcio de 50% com a Newo.
Na Bacia de Alagoas, a empresa Origem arrematou 11 blocos no primeiro setor ofertado e mais três no segundo. Já a Bacia de Potiguar teve a maior parte dos blocos arrematados pela PetroVictory, que teve a concessão de 19 blocos em três setores diferentes. A 3R Petroleum fez proposta por blocos em dois setores e arrematou seis deles.
Por último, a Bacia de Tucano recebeu ofertas da empresa Origem, que arrematou quatro blocos, e o consórcio formado pela Imetame e ENP Ecossistemas.