Trabalhadores terão até oito viagens por dia no transporte coletivo
As empresas que aderirem ao programa vão adquirir cada assinatura pelo valor único de R$ 180 por mês por funcionário.
Por Daniell Alves
Os trabalhadores terão até oito viagens por dia durante todo o mês no transporte coletivo com o Passe Livre do Trabalhador, lançado ontem (2) pela Prefeitura de Goiânia. De acordo com o Paço, o serviço faz parte de um pacote de novidades preparado para melhorar o transporte público da região metropolitana de Goiânia. As empresas que aderirem ao Passe Livre do Trabalhador vão adquirir cada assinatura pelo valor único de R$ 180 por mês por funcionário.
Conforme explica a Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo (CMTC), esse valor representa desconto de 20% para empresas que atualmente compram, para cada trabalhador, duas viagens por dia para uso em seis dias da semana (no fim do release estão todas as informações sobre o programa e como aderir). A CMTC explica que o atual modelo, de duas viagens, continuará a existir para o empregador que não quiser fazer a transição.
O processo de adesão ao Passe Livre do Trabalhador funciona da seguinte forma: depois de acessar o site www.sitpass.com.br, o empregador atualiza o cadastro da empresa e de seus trabalhadores e se declara ciente das cláusulas do Termo de Adesão à nova modalidade. A renovação mensal é automática, a partir do pagamento efetuado pela empresa.
Segundo a Prefeitura, a adesão ao Passe Livre do Trabalhador vai acontecer a partir do dia 13 de maio de 2022. Após a atualização cadastral, a retirada dos novos cartões vai acontecer na Loja Sitpass (Rua 4, Parthenon Center, no Centro). A primeira via é gratuita.
Histórico
Para o geógrafo especialista em mobilidade, Miguel Ângelo, do Mova-Se Fórum de Mobilidade, a iniciativa é um marco histórico do transporte público não só para a Região Metropolitana de Goiânia, mas para toda América Latina. “Este é o primeiro passo concreto para a transformação do modelo atual de transporte público para o modelo de Mobilidade como Serviço (MaaS – sigla em inglês para Mobility as a Service)”, explica.
O MaaS também funciona no modelo de assinatura de transporte. “Mas ao invés de dar direito somente para viagens por ônibus o MaaS é estendido para os demais modos de deslocamento: táxi, bicicleta, locação de carros, estacionamento, transporte por aplicativo”, aponta o especialista.
Ele ressalta que o papel principal dos gestores é dar atratividade ao serviço público de transporte. “Assim, os usuários passam a escolher o transporte público não por falta de opção, mas por ser a melhor opção para se deslocar na Região Metropolitana de Goiânia”, diz.
Bilhete único
O Passe Livre do Trabalhador é o segundo benefício lançado em 2022 para melhorar o transporte público da região metropolitana de Goiânia. No começo de abril, Rogério Cruz e Caiado lançaram o Bilhete Único, serviço que possibilita ao passageiro pagar uma única viagem, de R$ 4,30, e fazer até quatro integrações dentro de um período de 2h30. O embarque é permitido nos quase 7 mil pontos de ônibus, o que desobriga a ida a terminais. O Bilhete Único reduz o tempo de viagem em até 50 minutos.
Iniciativa
O lançamento aconteceu no Paço Municipal. Além do prefeito Rogério Cruz e do governador Ronaldo Caiado. “O Passe Livre do Trabalhador é uma iniciativa inédita no Brasil. Ela dá, ao usuário do transporte coletivo, liberdade para fazer mais viagens de ônibus e no momento em que ele escolher. Inclusive nos finais de semana e feriado”, diz o prefeito de Goiânia. “Ele poderá, inclusive, usar o cartão para lazer, por exemplo, ir ao supermercado ou à farmácia”, completa.
O Passe será pessoal e intransferível. Durante a utilização do cartão, serão registradas fotos do usuário, as quais serão comparadas com o cadastro. Caso o usuário não seja o titular do cartão, o benefício será bloqueado pela biometria facial por uso indevido por terceiros.
Caiado lembra que, além deste programa, governo e prefeitura continuam a investir para que o transporte coletivo seja acessível e tenha qualidade, embora a inflação tenha aumentado o custo de operação das empresas que prestam o serviço. “Não repassaremos um centavo a mais [da tarifa] aos trabalhadores e a todos os passageiros. É algo inédito em Goiás, mesmo em face de um processo inflacionário”, complementa.