Ministros da Saúde e de Minas e Energia deverão prestar esclarecimentos à Câmara
Os ministros Marcelo Queiroga, Adolfo Sachsida e o advogado-geral da União, Bruno Bianco, foram convidados a prestar esclarecimentos.
Três requerimentos do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) foram aprovados nesta quarta-feira (18/5) na Câmara dos Deputados. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terá que explicar aos deputados a falta de remédios básicos nas unidades de saúde. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, deve dar informações sobre suposto estudo de privatização da Petrobrás. E o advogado-geral da União foi chamado para justificar por que está patrocinando a defesa da mulher acusada de ter sido funcionária-fantasma de Jair Bolsonaro quando ele era deputado federal.
Veja detalhes sobre cada requerimento:
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deve comparecer à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara no dia 16 de junho para explicar os motivos do desabastecimento de medicação básica nas unidades públicas de saúde, como antibióticos e analgésicos. O requerimento foi do deputado federal Elias Vaz após receber reclamações diversas no gabinete.
“Há relatos de que os médicos, antes de receitarem o remédio, precisam ligar nas farmácias e perguntar quais antibióticos estão disponíveis no dia. Muitos pacientes tiveram que peregrinar em busca de medicamentos básicos em Goiás, que abriga algumas das maiores indústrias farmacêuticas nacionais”, afirma o parlamentar. Elias Vaz lembra que o Ministério da Saúde é o órgão responsável pela gestão dos estoques.
Já o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, deverá participar de audiência no dia 22 de junho para que esclareça a informação de que o governo estaria iniciando estudos de privatização da Petrobras e a Pré-Sal Petróleo S.A. – PPSA, que é a estatal responsável por gerir os contratos da União com o pré-sal. “O ministro disse ter 100% de apoio do presidente Jair Bolsonaro para iniciar esse processo. A privatização da Petrobras e da PPSA é um desejo antigo do Ministro Paulo Guedes, antigo chefe de Adolfo Sachsida”, informa o requerimento.
Por fim, a Câmara também vai ouvir o advogado-geral da União, Bruno Bianco, sobre defesa de suposta ex-funcionária fantasma de Bolsonaro. A AGU assumiu a defesa da Wal do Açaí, suspeita de ter sido funcionária-fantasma do gabinete de Jair Bolsonaro, quando ele era deputado federal. Wal foi denunciada pelo Ministério Público Federal por improbidade administrativa.
O nome de Walderice Santos da Conceição constava como secretária parlamentar da Câmara dos Deputados. Ao mesmo tempo, ela tinha como principal atividade um comércio em Angra dos Reis (RJ) chamado “Wal Açaí”, além de prestar serviços particulares na casa de Bolsonaro. Na ação em que a AGU defende Wal do Açaí, o MPF pede que ela e Bolsonaro sejam condenados por improbidade administrativa e efetuem o ressarcimento dos recursos públicos indevidamente desviados.
A análise das contas bancárias de Walderice revelou uma movimentação atípica, já que 83,77% da remuneração recebida foi sacada em espécie. Em determinados períodos, o percentual de saques supera 95% dos rendimentos. O MPF apontou também que o então deputado Jair Bolsonaro tinha conhecimento de que Walderice não prestava os serviços correspondentes ao cargo e, mesmo assim, atestou falsamente a frequência dela ao trabalho em seu gabinete.