Enxaqueca atinge 15% da população mundial; 31 milhões de brasileiros sofrem com cefaleia
Ter acompanhamento especializado proporciona ao paciente realizar o tratamento mais seguro e adequado, então cuide-se
Recentemente a influenciadora digital Virgínia Fonseca trouxe à tona um assunto de extrema importância para saúde física e mental. Internada devido a cefaleia refratária ou enxaqueca, ela teve que se ausentar devido às fortes dores. “A doença se trata de dores de cabeça incapacitantes, que possuem um difícil tratamento e que não respondem a qualquer medicamento”, explica a psicoterapeuta Jordana Ribeiro. No caso da Virgínia, o desenrolar ainda tem um agravante, a empresária está grávida, o que dificulta o tratamento.
Após a influenciadora compartilhar em suas redes sociais o diagnóstico, a pauta veio à tona e revelou uma demanda que até então era pouco observada. A enxaqueca é conhecida por provocar uma dor de cabeça que dura algumas horas e muitas vezes vem acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz, ao som, tontura, fadiga e falta de apetite. A doença é a sexta mais incapacitante do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e atinge 15% da população mundial. No Brasil, cerca de 31 milhões de brasileiros sofrem com enxaqueca.
Segundo a psicoterapeuta Jordana Ribeiro, a doença tem a ver com situações e vivências que ‘martelam’ a pessoa e não é elaborado. “O estresse, ser contrariado, o sentimento de indignação, remoer situações passadas ou a exploração de ideias indesejáveis ou constrangimentos manifestam a enxaqueca”, explica a profissional. Ela ainda diz que os indivíduos que sofrem de enxaqueca têm um orgulho muito forte e não permitem que pessoas autoritárias mandem em sua vida ou controlem seus passos.
Uma das características que fica evidente em pacientes que recebem o diagnóstico é a resistência a tudo e a todos que, conforme eles acreditam, queiram invadir seu espaço vital. “São pessoas que não relaxam aos prazeres, pois receiam serem dominados de alguma forma, devido a limitações morais, familiares, etc”, diz Jordana. São traços que ela identifica em seu consultório e assim, trabalha pontos e traumas primários. O foco do tratamento é diluir a fonte emocional do problema.
Quando a dor é mais intensa nas laterais da cabeça (partindo da nuca para terminar na direção das têmporas ou do lado dos olhos) significa que a tensão é, normalmente, de ordem afetiva e voltada, sobretudo, ao mundo familiar ou íntimo. Quando as dores de cabeça são frontais, geralmente está associada com a recusa de pensamentos, teimosia no que diz respeito às idéias atuais e incorporadas. Estão relacionadas com o mundo profissional ou social, e com a exigência desses quanto a nós.
“Para tratar, é importante que suavize os pensamentos. Procurar não usar a razão a todo momento, pois devemos equilibrar os dois hemisférios cerebrais (razão e emoção), para evitarmos esses conflitos internos e suas somatizações”, indica a psicoterapeuta. Ela finaliza dando a dica de que quando surgir uma dor de cabeça, pare e reflita sobre o que está acontecendo ao seu redor. Será que alguém contrariou você? Alguma situação que você se sentiu desconsiderado por alguém que você esperava maior consideração?
É importante trazer sempre a reflexão e a autoconsciência do momento com a forma que o corpo interage, para que a conexão do corpo e da mente fique integrada sem a necessidade do corpo somatizar. Pensando na importância dessa discussão, o dia 19 de maio é considerado o Dia Nacional De Combate à Cefaleia. A orientação para qualquer tipo de dor de cabeça é a mesma: procurar o médico e não se automedicar aliado ao tratamento psicológico, no qual irá na raiz do problema com técnicas certas e assertivas para aliviar as dores crônicas.