Brasileiros com salário mínimo mal conseguem comprar cesta básica
A pesquisa aponta, que este ano foi acumulado o maior percentual em relação a cesta básica, desde 2004
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese), em um levantamento comparou o valor dos alimentos em 16 capitais, com o salário mínimo dos brasileiros.
A pesquisa aponta, que este ano foi acumulado o maior percentual em relação a cesta básica, desde 2004. Na época, o rendimento básico era de R$ 260 e os alimentos somavam, em média, R$ 150,72.
Atualmente, a cesta básica no Brasil atinge um preço médio de R $663,29, e representa mais da metade do salário mínimo de R $1.212.
Para o professor Alberto Ajzental, da Fundação Getúlio Vargas (FGV),as famílias mais pobres, com ganhos entre um e cinco salários, os gastos com alimentação chegam a somar até 35% dos ganhos. Ou seja, o maior custo mensal familiar, soma em apenas alimentação.
“Quando a alimentação ocupa um espaço maior do salário, significa que estão perdendo poder de compra. Ou seja, elas dão preferência para os alimentos e gastos básicos, e sobra menos dinheiro para consumir.’’ apontou.
Em um contexto comparativo, devido a Pandemia da Covid-19 no Brasil, o país tem atualmente mais de 33,2 milhões de pessoas sem tem o que comer. Em comparação a 2020, são mais de 14 milhões de brasileiro sem insegurança alimentar, em consequência da pandemia.
Para Ajzental, é preciso uma intervenção do poder público, para combater a fome no pais e para garantir condições mínimas ou mais básicas de sobrevivência para a população e completa “estamos falhando como nação”.
No Brasil, desde 2020, ano em que começou a pandemia de covid-19, até abril de 2022, o número de pessoas sem ter o que comer cresceu 73,2%,. Os dados são do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN), pesquisa desenvolvida pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN).