Mortes por intervenção policial no Brasil caem após oito anos
Taxa de pessoas negras mortas pela polícia subiu 5,8% enquanto para a população branca caiu 31%.
Segundo o Anuário da Segurança Pública, o Brasil registrou, em 2021, queda na letalidade policial pela primeira vez em oito anos. No ano, foram 6.145 pessoas mortas em intervenções de policiais civis e militares da ativa, em serviço ou fora dele.
O número é 4% menor que no ano anterior quando 6.413 pessoas morreram por ação de agentes do Estado. O levantamento faz parte do 16º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (28/6), e não inclui mortes por intervenção de agentes federais.
Os dados mostram, também, que a taxa de pessoas negras mortas pelas policias cresceu 5,8%, enquanto a taxa para a população branca caiu quase 31%.
Dos 27 estados, 16 tiveram quedas na taxa de letalidade policial entre 2020 e 2021, sendo uma das quedas mais expressivas a registrada em São Paulo (30%), onde parte dos policiais passaram a usar câmeras acopladas aos uniformes desde o ano passado.
Segundo o anuário, onze estados apresentaram alta na letalidade policial no último ano. Um dos destaques é o Rio de Janeiro, que registrou aumento de 8% nas mortes por intervenção policial. Em 2020, o Rio havia reduzido o número de óbitos em intervenção policial devido a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiu o número de operações durante a pandemia.
No Estado, em 2021, foram 7,8 mortes por 100 mil habitantes. No ano anterior, essa taxa era de 7,2. Já em São Paulo, era 1,8 morte por 100 mil habitantes em 2020, número que caiu para 1,2.
Proporcionalmente, o Amapá tem a polícia mais violenta do Brasil, com uma taxa de 17 mortes por 100 mil habitantes. Número quase seis vezes a média nacional, de 2,9 mortes por 100 mil habitantes.