“A maioria dos prefeitos de Goiás são bolsonaristas”, diz Vitor Hugo que estima desidratação de Caiado
O deputado federal e pré-candidato ao governo goiano, major Vitor Hugo (PL) esteve, na tarde da última quinta-feira (7/7), na redação do jornal O HOJE. Durante passagem pelo veículo, onde foi sabatinado, o parlamentar comentou o clima da reta final da pré-campanha, bem como suas expectativas para a campanha que terá início em 2 de […]
O deputado federal e pré-candidato ao governo goiano, major Vitor Hugo (PL) esteve, na tarde da última quinta-feira (7/7), na redação do jornal O HOJE. Durante passagem pelo veículo, onde foi sabatinado, o parlamentar comentou o clima da reta final da pré-campanha, bem como suas expectativas para a campanha que terá início em 2 de agosto.
Ao longo do bate-papo com os jornalistas Felipe Cardoso e Wilson Silvestre, o deputado chamou atenção para os repasses recebidos pelo estado por iniciativa do Governo Federal e considerou que Goiás, apesar de ter um governador de “oposição” ao presidente, ainda assim foi um dos mais privilegiados no decorrer dos últimos anos.
Na interpretação do parlamentar, o estado poderá alcançar ainda mais se eleger um governador alinhado ao pensamento e aos anseios do presidente Jair Bolsonaro (PL) — que Vitor Hugo confia que será reeleito. Confira abaixo algumas das perguntas feitas pela equipe do O HOJE ao pré-candidato:
Jornal o Hoje: O senhor acredita que pode avançar entre a classe média e o meio urbano aproveitando a popularidade de Jair Bolsonaro?
Vejo isso como algo natural. O governador como administrador foi um ótimo parlamentar, muita discussão e poucas ações. Qual a marca do governo atual? Ele foi um grande parlamentar, tanto que votei nele e minha família o admirava, como parlamentar fez grandes defesas. Mas como governador abandonou, inclusive, algumas pautas da direita. Ele criou um programa no ensino médio goiano chamado Viagem ao Redor de uma Mama Gaia, é um itinerário informativo, que é uma conjunção de disciplinas que ensina ideologia de gênero, politização nas escolas, linguagem neutra, que estuda a masculinidade tóxica, hipóteses de abordo; e ainda vetou o projeto de lei aprovado na Assembleia que impunha o estudo da Lei Maria da Penha, que, em si, é algo bom, dizendo que não precisava. Isso é uma pauta claramente de esquerda, não é uma pauta de direita. Também trouxe quadros da esquerda para dentro do governo. Então eu vejo um espaço muito grande para a gente crescer. O presidente falou em diversas oportunidades, inclusive durante suas passagens por Goiás, em todas as oportunidades, fez questão de demonstrar seu apoio em relação a nossa pretensão. Estou seguro de que vamos crescer muito.
Jornal O Hoje: Nos bastidores, o comentário é que Caiado perdeu o agronegócio. O senhor se considera herdeiro desse segmento?
Um título desse não pode ser auto atribuído. Não posso dizer que sou o representante, mas posso dizer que tenho a pretensão de ser e vontade de ajudar, como fiz em todas as votações na Câmara, como fiz quando era representante do governo. Na votação da reforma da previdência, por exemplo, na Comissão Especial, mesmo sem orientação do governo, pois estávamos votando de madrugada, nós conseguimos uma vitória que era não taxar as exportações. Sempre votei nessas pautas. Tenho viajado o estado inteiro e muitas lideranças do agro e prefeitos ficam com medo de se posicionar [contra o governo] e sofrer represálias. Muitos dizem que estão conosco, mas não podem falar agora pois podem perder algumas promessas. Acho que conforme o tempo for passando agora vai haver uma grande debandada dos apoiadores do governador. Dizer que ele tem tantos partidos e tantos prefeitos não espelha a conversa no pé de ouvido ali não. A grande maioria dos prefeitos de Goiás são bolsonaristas, porque a base é bolsonarista. Gostaria de ser [o representante], sei que ainda há muito o que fazer e estou à disposição.
Jornal O Hoje: Que análise o senhor faz a respeito dessa indefinição do ex-governador Marconi Perillo em concorrer ao governo?
É difícil avaliar qual a sua real intenção. Acho que ele já teve sua oportunidade no estado, com quatro mandatos de governador. Tem sua história pautada por coisas boas e ruins que fez. Mas acho que ele deve abrir espaço. Não conversei com ele, mas pessoas com quem conversei já conversaram com ele e ele diz que pode vir a qualquer coisa. Penso que as portas estão se fechando cada vez mais. Para ele vir ao governo, quem seria o senador e o vice? Se vier ao Senado, ele aceitaria estar em uma chapa que já tem outros candidatos ao Senado? São várias condicionantes. É um jogo difícil de avaliar nesse momento. Mas não me importo com quem serão os contendores. A minha candidatura está posta e vai até o fim independentemente dos candidatos. De janeiro para cá fui eu quem mais cresceu, as pessoas ainda não estão prestando atenção na eleição para o governo, estão focadas na eleição presidencial, depois das convenções, quando o jogo estiver armado é que as pessoas vão pensar nisso. Agora é organizar os exércitos. Eu sou o candidato do presidente e as nossas chances de vitória são reais e cada vez maiores.
Jornal O Hoje: O pré-candidato Gustavo Mendanha foi muito atacado por ser um político sem uma longa trajetória política e que ainda assim decidiu se alçar ao governo. O senhor da mesma forma, ao ser comparado ao ex-governador Marconi Perillo e ao governador Ronaldo Caiado, conta com uma experiência política menor. O senhor se sente pronto para assumir o governo? Essa inexperiência poderia te render algum prejuízo?
Acho que é justamente o contrário, as pessoas estão esperando a renovação. Ninguém quer esses políticos profissionais que estão aí há 30 anos. O Caiado nunca teve experiência no executivo. Muita gente fala que foi um grande parlamentar mas que é um péssimo governador. De um lado percebo que as pessoas querem renovação. Minha família não é composta por políticos e sim por militares, então realmente a gente representa o novo. O Mendanha teve uma experiência muito paroquial. Acho, por exemplo, que é importante que a pessoa que queira ser governador tenha tido antes um trânsito por Brasília. Um governador que tenha uma relação com o presidente da República consegue abrir muitas portas para o estado. Se o governador [Ronaldo Caiado] que se manteve na maior parte do tempo na oposição ao presidente, ainda assim o presidente veio mais aqui e mandou R$ 72 bilhões para cá, ou seja, imagina se o governador fosse aliado a ele, se pudesse conversar com ele sem marcar horário. Acho que essa nossa abertura, lealdade e confiança com o presidente vai ser imprescindível para Goiás. Sem contar na liderança do governo, três segundos representam 2 meses de vida política. É muito acelerado, todos os temas da República passam por ali, há uma tensão entre os Poderes, você precisa conversar com ministros de estado e com o presidente o tempo todo. Esse convívio te traz amadurecimento. Vejo que estou preparado. Fui formado na Academia Militar das Agulhas Negras para a liderança, acho que o meu perfil é muito mais para o Executivo do que para o Legislativo. O debate é importante, mas você ter a caneta na mão para liderar o processo é essencial e me vejo pronto para isso, para poder colocar em prática o plano que estamos construindo.
Jornal O Hoje: Uma estimativa para o cenário futuro…
O Caiado está muito desgastado e vai cair mais ainda. O Mendanha, por não ter se posicionado e ter ficado em cima do muro, vai perder os votos da esquerda que ele tem hoje, que eu acho que são a maioria dos votos e que devem passar para o candidato que a esquerda tem, o candidato do PT. Os votos da direita, ele também vai perder pois se mostrou no mínimo conivente às ideias da esquerda ou não teria trazido pessoas para dentro do seu governo, nem partidos de esquerda. Eu vejo uma tendência de desidratação. Hoje o cenário para mim é muito aberto. As pesquisas, que na minha opinião são em sua maioria enviesadas, e ainda que não fossem, mostram o retrato do momento. Um retrato onde as pessoas ainda não se deram conta de que vão ter que escolher um governador lá na frente. O Caiado está na frente hoje simplesmente porque tem a máquina e é mais conhecido.