Recuo do Pros em apoio a Marconi pode ampliar chances de 2º turno
Após afirmar que estaria ao lado do tucano nas eleições estaduais, o partido optou pelo lançamento de André Antônio Ferreira como pré-candidato ao poder executivo.
O Partido Republicano da Ordem Social (Pros) surpreendeu a política goiana ao apresentar, na última quarta-feira (20), o nome do empresário André Antônio Ferreira como pré-candidato a governador pelo partido. Isso porque a sigla teria afirmado nos meses anteriores que apoiaria o ex-governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB), caso este optasse por uma nova disputa ao cargo.
A declaração foi feita em junho, pelo presidente nacional do partido, Marcus Holanda, que na época havia afirmado, ainda, que apresentaria outras siglas ao tucano. “Trouxe outros partidos para conversar com ele. Agora estou aguardando o ex-governador definir se é pré-candidato ou não, e a qual cargo”, enfatizou, em entrevista ao Jornal O Hoje.
Entretanto, após consolidação da pré-candidatura do tucano ao Poder Executivo estadual, ocorrida de forma oficial no último sábado (16), houve recuo por parte do Pros, que optou pelo lançamento de candidatura própria em Goiás.
Análise
Para o cientista político Cristian de Paula Junior, tal situação tem a ver com as disputas internas existentes dentro do próprio partido. “O presidente do Pros nacional tinha manifestado esse apoio ao Marconi Perillo, talvez por questão de conveniência com as articulações que o PSDB tem feito nacionalmente. Mas a nível estadual, esse pensamento não é hegemônico”, disse.
O especialista analisa o fato de o ex-governador Marconi Perillo ter hoje um certo desgaste, o que poderia gerar uma certa dificuldade na candidatura para o Governo do Estado. “Eles sabem que o caminho mais fácil para ele teria sido sair candidato à Câmara dos Deputados ou para o Senado. Neste caso, acredito que não teria empecilho em apoio para o Pros estadual”, elucidou com a ressalva de que o Pros possui, ainda, um histórico de proximidade com Gustavo Mendanha (Patriota).
Cristian acredita, também, que pode se tratar de uma estratégia para aumentar as chances para um segundo turno entre Ronaldo Caiado (União Brasil) e Marconi Perillo. A análise é compartilhada pelo também cientista político José Elias Domingos, que acredita que o partido deve esperar uma melhor definição do que vai ser o segundo turno em Goiás.
“O lançamento da candidatura de candidato ao Governo de Goiás, pelo Pros, na realidade, não é muita surpresa, porque o próprio presidente do partido estadual, Dhone Rodrigues, que assumiu o posto há cerca de três semanas, disse que estaria aberto a diálogos com vários candidatos. A prioridade, de início, era o Marconi Perillo. Mas, em abril, o Pros já havia dito, por exemplo, que não iria participar da federação partidária”, lembrou.
Além disso, o especialista salientou que o Pros não tem ambição de eleger vários candidatos a deputados estaduais e federais. “Eles têm a expectativa de eleger um deputado estadual e um deputado federal. É o que está no panorama eleitoral deles por agora. Então, realmente, a perspectiva deles é fazer com que o segundo turno seja passível de ser um momento político onde o Pros entre como um partido de barganha”, enfatizou José Elias Domingos.
A reportagem do Jornal O Hoje tentou contato com os presidentes nacional e estadual do partido, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. O espaço permanece aberto para possíveis manifestações. (Mel Castro Especial para O Hoje)