O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 23 de novembro de 2024
PublicidadePublicidade
Opinião

Boas ideias morrem por falta de gestão

Todos os processos são legítimos e nenhum deve ser diminuído quando o foco são as estratégias que mantêm um negócio lucrativo

Postado em 28 de julho de 2022 por Redação

Victor Felipe de Oliveira

Vivemos em um país de pessoas muito criativas, que desejam empreender e se arriscam com certa facilidade. Contudo, ideias fantásticas se perdem na prática por causa de um ponto essencial: a falta de gestão. Todos os processos são legítimos e nenhum deve ser diminuído quando o foco são as estratégias que mantêm um negócio lucrativo. Contudo, a experiência adquirida ao longo dos anos à frente dos projetos que geri, me ensinou muito sobre o que faz, de fato, as coisas andarem: as pessoas. 

Recentemente, fiz uma das primeiras vendas SAFs no futebol do País, no Athletic Club, de São João Del Rey. Em quatro anos, o Esquadrão de Aço voltou às competições profissionais, depois de décadas inativo; chegou às semifinais do Campeonato Mineiro 2022, conquistou o título de Campeão Mineiro do Interior e ainda a vaga na disputa da Copa do Brasil e na Série D do Brasileiro. 

Minha recente experiência só confirmou minha crença de que o capital humano deve receber investimento e estar bem alocado. Esses dois pontos parecem simples, mas, no dia a dia, é um desafio que me gerou lições que compartilho.

Como investir em pessoas

Anos atrás, fui atleta do vôlei. Tive a oportunidade de fazer uma seletiva no Minas Tênis Clube e, mesmo não sabendo jogar o suficiente, fui aprovado. O técnico alegou a necessidade de jogadores altos no time, e eu, como quase dois metros de altura, ouvi que “é possível ensinar a jogar vôlei, mas não tem como ensinar a crescer.” Guardei aquilo para o resto da vida: eles podiam ensinar toda a prática do esporte que, com empenho do atleta, seria alcançada com êxito. Contudo, não tem como mudar a estrutura de uma pessoa.

Como empresário, imprimo essa convicção nos negócios, ao selecionar quem vai trabalhar comigo. Ensino processos, forma de atuar e como desempenhar tal função, mas não posso ensinar caráter, dedicação e boa vontade. E isso é determinante sobre como formar minha equipe: escolho por meio dos valores que tenho e quero para meus negócios. Claro, sempre levando em consideração a área de atuação da pessoa, mas não coloco empecilhos para pessoas que desejam entregar o seu melhor. São exatamente essas pessoas que quero!

E quando falamos de pessoas, há de se ter proximidade, acompanhamento constante. Não no sentido de controle, mas de saber da entrega do funcionário, a fim de potencializá-lo. Pessoas são movidas a estímulos. Então, acredito ser fundamental entender no que elas são boas, valorizar e perceber quais são os pontos de melhora. 

O funcionário, ao entrar numa empresa, aceita fazer parte de um objetivo. Por isso, a gestão deve ser focada no resultado dele e, consequentemente, no da  empresa. Colaboradores competentes querem alcançar bons resultados, querem ser estimulados a crescer, precisam ser desafiados e fazer parte de um coletivo que seja eficiente. Isso é preponderante para a retenção de talentos.

Talentos bem posicionados

Iniciei em 2022, concentrado na reestruturação de minha carreira. Por isso, vendi a uma bem-sucedida empresa de contact center, além de uma empresa nos EUA. Tudo isso porque meu foco atual é no projeto de equity. Dessa forma, tenho buscado por empresas com potencial de crescimento e capilaridade de expansão para investimento. Atuo na gestão e alavanco os negócios para uma possível venda futura de participação. E, ao averiguar o quadro de funcionários e as funções que são fundamentais ao negócios, tomo diversas atitudes.

A primeira delas é deixar muito claro o que a empresa faz e como quer crescer, explicando valores, propósito e missão. Em todas as que atuo, as ações estão alinhadas com o que acredito. Pessoas entram e saem, mas os processos continuam e a imagem da empresa deve ser mantida e evidenciada por todos que atuam na instituição. 

O segundo ponto é deixar cada profissional alinhado aos processos da empresa e quais ele irá desempenhar e ter domínio. Quando isso não ocorre, as tomadas de decisão não são imediatas, o que pode ser crucial para um negócio. Então, para mim, é fundamental que cada um esteja seguro e ciente de seu papel. Assim, as decisões podem ser tomadas com mais agilidade e confiança.

Por fim, agora que estou enfronhado no futebol com meu segundo time profissional, tenho clareza que cada um deve estar em sua posição correta: o jogador que desarma nunca terá destaque ou ajudará o time se estiver na posição de marcar o gol. É necessário entender das posições e do capital humano que se tem para organizar os processos que vão garantir a perenidade da empresa.

Victor Felipe de Oliveira é diretor executivo da empresa de investimentos

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também