Mês de incentivo a amamentação reforça benefícios do aleitamento para a mãe e o bebê
Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (EnaniI-2019), metade das crianças brasileiras são amamentadas por mais de 1 ano e 4 meses.
A aleitamento materno e seus benefícios para o desenvolvimento dos bebês são temas da campanha Agosto Dourado, criada em 1992 pela OMS em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A campanha em vigor neste mês conscientiza mulheres sobre a importância da amamentação, que vem crescendo no Brasil, mas ainda está distante dos níveis ideais.
Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (EnaniI-2019), encomendado pelo Ministério da Saúde, metade das crianças brasileiras são amamentadas por mais de 1 ano e 4 meses e quase todas as crianças foram amamentadas alguma vez (96,2%). A pesquisa ainda aponta que dois em cada três bebês são amamentados ainda na primeira hora de vida (62,4%).
No Brasil, há 45,8% de aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses, 52,1% aos 12 meses e 35,5% aos 24 meses de vida. Apesar dos bons números, a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até 2030 é maior: 70% de amamentação na primeira hora de vida, 70% exclusivamente nos primeiros seis meses, 80% no primeiro ano e 60% aos dois anos.
A pediatra Stephânia Laudares destaca que a amamentação já era uma informação de domínio público, mas foi favorecida com o advento da Covid-19. “Acredito que depois da pandemia a conscientização aumentou, as pessoas começaram a entender a importância do aleitamento materno na imunidade e proteção contra doenças na infância. Acredito que exista uma crescente preocupação de estimular o aleitamento materno”, destaca.
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Vantagens
As vantagens da amamentação são várias e Stephânia Laudares elenca algumas delas. “O leite materno é o alimento mais completo, garante calorias, proteína, todos os micro e macro nutrientes necessários para crescimento e desenvolvimento da criança, tanto do ponto de vista físico, quanto neurológico. Além disso, através do aleitamento materno é possível que a mãe proteja a criança contra doenças comuns, por exemplo, virais, parasitárias, principalmente nos primeiros seis meses de vida pela passagem de anticorpos”, destaca.
Os benefícios também se estendem pelos anos. “É comprovado que a longo prazo o aleitamento materno diminui ou tem contribuição na menor chance de obesidade no futuro e síndromes metabólicas como, por exemplo, o aumento do colesterol e triglicérides, a hipertensão e a diabetes. Diminui o risco de alergias, especialmente as respiratórias, e até tem um papel na alergia alimentar”, ressalta a pediatra.
As mamães também se beneficiam ao amamentarem. “Ajuda na redução da incidência de tumores malignos, como câncer de mama e de ovário. Além disso, também contribui, por exemplo, para perda de peso e calórica. Porque durante a amamentação, para produção de leite, a taxa de metabolismo aumenta muito e a mãe, consequentemente, acaba podendo perder peso por isso”, detalha Stephânia Laudares. “O aleitamento materno também pode aumentar e estreitar o vínculo e os laços afetivos entre mãe e bebê”, completa a médica.