Quais são as dores tecnológicas das cooperativas de crédito?
Em tecnologia e segurança, há pontos que necessitam ser monitorados e reavaliados de forma constante
Walter Ezequiel Troncoso
Ao mesmo tempo que o mercado financeiro avança digitalmente com as fintechs, entendo que muitas instituições da área, em especial as cooperativas de crédito, ainda sofrem dores específicas relativas às suas áreas de TI (Tecnologia da Informação).
Entre elas estão questões como: governança, principalmente por se tratarem de cooperativas e diversos associados com acesso aos dados; localização, pois muitas cooperativas estão em regiões mais remotas; e a necessidade de garantir por completo a segurança das operações e do compartilhamento de dados.
Em tecnologia e segurança, há pontos que necessitam ser monitorados e reavaliados de forma constante para garantir o bom funcionamento dos sistemas e, principalmente, a segurança. Nos casos das cooperativas de crédito, é necessário ainda avaliar e solucionar de forma rápida e efetiva problemas com integrações de sistemas e adequar a infraestrutura para conseguir se transformar digitalmente e ter uma cultura de inovação.
Há uma latente demanda deste mercado pelo desenvolvimento de aplicações e APIs a fim de promover o atendimento mobile de seus clientes e cooperados, de migrar sistemas e dados para nuvem, organizar questões de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), automação de processos, além da ampliação de serviços tecnológicos de atendimento ao cliente, como atendimento por chatbots, e melhor controle do processo de fraude via reconhecimento facial/digital.
TI para cooperativas de crédito
Segundo o World Council of Credit Unions, em 2019, havia no Brasil 11 milhões de associados a 872 cooperativas, com volume de crédito de US$ 37,7 bilhões. Ao oferecerem aos seus cooperados empréstimos, financiamentos e outros serviços com taxas inferiores à média do mercado e outras vantagens competitivas, estas são empresas que precisam sempre fortalecer a integração de todas as suas informações junto aos sistemas (bancários, de seguros, bancos de dados), a fim de monitorar e controlar as transações, permitindo uma visão ampla dos processos e possibilitando a gestão de pagamentos de maneira unificada.
Enquanto no Brasil existem bancos cooperativos e outros sistemas mais estruturados, existem também inúmeras empresas menores não filiadas às centrais. Esse é apenas um dos desafios atuais do cooperativismo e sua transformação digital.
Golpes virtuais
Quando pensamos em serviços financeiros, ainda há muito o que investir em relação às mais diversas frentes. Os golpes virtuais avançam no Brasil e no mundo e as empresas estão sendo obrigadas a investir cada vez mais em TI e cibersegurança. De acordo com dados do Gartner, os gastos mundiais com TI devem chegar a US$ 4,4 trilhões neste ano, em um incremento de 4% em relação ao ano passado.
Diagnóstico de TI e plano de ação
Um correto diagnóstico de TI provê informações para o plano de recuperação de desastres, identificando as falhas de segurança e a causa do aumento dos custos da área. Neste estudo, são cobertos desde a segurança da informação, otimização da infraestrutura, performance e capacidade de armazenamento, desempenho de backup, estrutura de redes, integração de sistemas e qualidade dos investimentos até performance dos bancos de dados, BI (business intelligence ou inteligência de negócios) e sistemas corporativos.
A fim de proteger seus dados e de seus consumidores, além de oferecer serviços cada vez mais ágeis e precisos, as cooperativas de crédito precisam, mais do que nunca, focar em segurança da informação.
Walter Ezequiel Troncoso é diretor executivo de startup especializada em transformação digital e cibersegurança